É casa causo
O Chame-Chame também tem seus atrativos.
Nos finais de semana, entres quintas e sextas-feiras, a turma dos coroas se reúne no barzinho do Posto Luanda, de João Farjala, para um chopinho, atualizar conversa, apreciar um pestico de espetinho de carneiro e assim segue a vida.
Na última quinta, a conversa girava em torno da Lei Seca. Uns preocupados, outros nem tanto, até porque a turma é mais de "happy-hour" de pouca monta.
Lá pras tantas, chega uma repórter de TV à procura de quem estivesse disposto a falar sobre a nova ordem.
O renomado médico Zé Caneta estava distraído num canto e ao ser abordado pela jovem repórter, esta lhe perguntou (já de microfone em punho) se ele gostava de tomar um chopinho.
- Adoro, principalmente nos finais de semana - disse.
A repórter então insistiu: - O senhor vai tomar um chopinho hoje?
- Oh! minha filha: vou tomar alguns.
Alguém da turma que assistia a entrevista ainda pilheriou: - E também uisque...
- Mas, o senhor pretende ir pra casa como? Vai se táxi?
- De táxi? Vou no meu carro minha filha. Olha alí que beleza de carro.
A garota agradeceu a Zé Caneta e a entrevista foi encerrada. Só então, já com a conversa gravada, foi que alguém alertou ao doutor sobre a Lei Seca.
* Causo narrado pelo advogado G. Bomfim.