A ligação da Bahia com o continente africano está sendo destacada, na Assembléia Legislativa da Bahia (Alba), durante a Semana da África, de 25 a 29 de maio, com a realização de exposições artísticas que revelam a identificação entre esses povos-irmãos.

Esta é a proposta do deputado Bira Côroa, do PT, que preside a Comissão de Educação, Cultura, Ciência e Tecnologia, ex-presidente da Comissão de Combate ao Racismo, até este ano, sendo um dos maiores defensores da implantação da Lei Federal 10.639/03, que inclui no currículo das redes de ensino público e privado a obrigatoriedade da temática História da África e Cultura Afro-brasileira.

No hall de entrada, o artista baiano Franscisco Santos mostra, até a próxima semana, trabalhos em óleo sobre tela, referência mundial na tradução da beleza e da simbologia do candomblé na Bahia e na África, em traços que diferenciam a apresentação dos seus orixás.

A Casa de Benin leva ao plenário, somente até hoje, dia do encerramento do evento, os painéis iconográficos apresentados recentemente na Expo Portugal. Já a Casa de Angola surpreendeu com a exposição fotográfica "Agudás", do seu acervo, que mostra a existência de um pedaço da Bahia na África, representado por descendentes de escravos repatriados após a libertação que não conseguiram se readaptar totalmente à cultura africana, mantendo tradições baianas num reino, onde prevalece costumes do Recôncavo.

Nas fotografias expostas da Galeria dos Ex-Presidentes, são reconhecidas festas como o Carnaval e o cortejo de Senhor do Bonfim entre aqueles que chamam a si próprios de "brasileiros", apesar de não falarem mais a nossa língua. Mostrar a inter-relação entre os dois povos, revelada em palestras e imagens, foi o objetivo o deputado Bira Côroa como forma de revelar a importância da contribuição africana na cultura brasileira, especialmente na Bahia.