A regularidade do evento e das eleições da diretoria, a renovação constante de seus objetivos, a seriedade na conduta dos assuntos antropológicos e a qualidade de suas reuniões conquistaram espaço e reconhecimento significativos da comunidade acadêmica nacional. Tal fato se evidencia na inclusão, há vários anos, das Reuniões Brasileiras de Antropologia nas agendas de eventos da CAPES, do CNPq e da FINEP.
A 26ª RBA terá como foco os três sub-temas que articulam os esforços de nossa diretoria: 1) Isonomia Jurídica, Tratamento Desigual e Concepções de Igualdade; 2) Laudos Periciais e Ética de Pesquisa; e 3) O Ofício de Antropólogo e o Mercado de Trabalho.
EXERCÍCIO DA CIDADANIA
A idéia é que as várias atividades realizadas durante a reunião permitam, num só tempo, uma melhor compreensão dos problemas relacionados aos três sub-temas, e uma reflexão sobre suas implicações para o exercício da cidadania no Brasil, assim como sobre o lugar do trabalho do antropólogo na sociedade mais ampla. Embora a discussão sobre desigualdade social seja um tema recorrente nas ciências sociais no Brasil, o foco tradicional nas diferenças de renda, nas condições de vida e no acesso a benefícios tem deixado de lado um aspecto crucial e particularmente apropriado à pesquisa antropológica.
Referimo-nos à experiência de desigualdade de tratamento na vida cotidiana, na qual o conhecimento antropológico tem sido evocado na solução de conflitos. Seja na interação com as instituições do Estado ou no espaço público de uma maneira geral, a desigualdade de tratamento tem se apresentado como fenômeno abrangente e fundamental para a compreensão de nosso padrão de (des)respeito aos direitos de cidadania. Nesse contexto, a 26ª RBA pretende contribuir para o aprimoramento do debate sobre estes temas, de grande importância para a antropologia que fazemos aqui, assim como para a compreensão dos dilemas da cidadania no Brasil.
A Reunião visa propiciar um quadro integrado de temáticas que possam ser revertidas em atividades, reflexões, debates, publicações, prêmios e cursos, que contribuam para a reflexão e consolidação de práticas antropológicas adequadas à crescente demanda feita aos antropólogos nas universidades e fora delas pela sociedade civil, órgãos estatais, povos indígenas, populações tradicionais e demais grupos e segmentos sociais que sofrem situações de exclusão e discriminação na sociedade brasileira, especialmente após o advento das Constituições que ratificam a composição culturalmente plural das sociedades nacionais.
Estão previstos em torno de 2.500 participantes oriundos de todas as regiões do Brasil e do exterior. Serão realizadas, entre outras atividades, 40 grupos de trabalho, 33 mesas-redondas e/ou simpósios especiais, dois cursos avançados em teoria antropológica, 10 oficinas, 5 mini-cursos, exposições audiovisuais etc. A programação do evento incluirá conferencistas estrangeiros e nacionais que contribuirão em atividades pré e pós-evento voltadas para o aprofundamento dos sub-temas propostos e envolvendo profissionais e estudantes na área de antropologia.
A escolha da cidade de Porto Seguro para sediar o evento, por sua relevância histórica e destaque na temática indígena contemporânea, vem proporcionar um momento impar para reflexão da disputa de prevalências no que se refere aos direitos indígenas sobre territórios. Desta perspectiva a reunião promoverá entre as suas atividades, diversas mesas e grupos de trabalho, congregando pesquisadores e lideranças indígenas, que debaterão a temática indígena no país sob diferentes aspectos, bem como em especial da etnia Pataxó. Além disso, Porto Seguro apresenta uma vasta rede hoteleira com excelentes tarifas e um Centro de Convenções com instalações que comportam a magnitude do nosso evento.