Cultura

BAIANO SE QUEIXA DA FALTA INFORMAÇÕES SOBRE ARTISTAS FAMOSOS DA BAHIA

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| 11/05/2008 às 14:07
  Mensagem: Sou carioca mas ligado à Bahia por laços sentimentais e familiares. E já tomei a decisão de me aposentar (tenho tempo e idade para isso) e ir para o sul da Bahia.

   Eu tenho procurado me informar sobre a Bahia e estou até lendo livros mais antigos, como o do Adonias Filho, SUL DA BAHIA - CHÃO DE CACAU e já está na fila de espera o GABRIELA CRAVO E CANELA, do Jorge Amado, do qual pretendo fazer uma releitura. Salvo erro de interpretação da minha parte, a descrição dos coroneis de ilheus feita pelo Jorge Amado não bate muito com a que nos apresenta o Adonias.
 
  Aqui no Rio temos alguns baianos ilustres, como o Muniz Sodré e o João Ubaldo Ribeiro. Em Posto da Mata, contudo, verifiquei que os baianos não os conhecem. Em todos os lugares onde chegava eu perguntava se alguém conhecia, além deles, o João Gilberto e o Glauber Rocha. Ninguém conhecia.

  Não cheguei a ficar surpreendido, pois mesmo aqui no Rio de Janeiro o mesmo desconhecimento se verifica. Ninguém conhece ninguém. Um amigo meu, baiano, formado em Direito pelo UFBA, e que mora no Rio, me disse que em Salvador é diferente.

   De qualquer forma acho que é digno de nota que os baianos não conheçam até mesmo artistas consagrados, como João Gilberto e Dorival Caymmi. O pessoal, pelo menos nos lugares por onde eu andei, só ouvem forró e sertanejo. Nada contra, mas por que se limitar a esses ritmos? É como se alguém tivesse à disposição uma imensa variedade culinária mas só comesse arroz com feijão.

   Por outro lado, pesquisando as piadas que se contam sobre os baianos, observo que grande parte delas faz alusão à uma suposta preguiça baiana, o que é um estereótipo. Você sabe se existe algum estudo que investigue a origem desse preconceito? E agora tem a história do Manta Dantas, que diz que o baiano tem baixo QI.
 
  Essas idéias, por mais absurdas que sejam, não surgem por acaso. E não é coisa nova. No Tenda dos Milagres tem um personagem, branco e racista (não me ocorre o nome agora) que inferniza a vida do Pedro Arcanjo. O Jorge Amado, certamente, se inspirou em alguém.

   Gostaria, então, de saber o que o BahiaJá acha dessas coisas ou se poderia me dar indicações de livros, teses, estudos, etc, que me ajudem a compreender esse estado que tem fascinado e atraido a tantos quantos tiveram o privilégio de conhecê-lo. Cordiais saudações. Alfredo Pereira dos Santos (alfredops1943@gmail.com