Cultura

FEIRA DEFENDE SEU ARCEBISPO NA BRIGA COM PÁROCOS DE SANTA BÁRBARA

Dom Itamar Vian é arcebispo de Feira desde 1995
| 01/04/2008 às 10:01
Dom Itamar Viana com o papa João Paulo II quando de sua ascensão a arcebispo (Foto/Arq)
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   O arcebispo de Feira de Santana, Dom Itamar Vian, tem sido exposto à críticas da imprensa feirense e posto na mídia Bahia, desde que assumiu uma postura de cuidar do seu rebanho pastoral e das atribuições da sua cúria, no âmbito da moralidade e das relações interpessoais com transparência dentro da própria igreja. Assim, no caso recente com a transferência de um pároco de Santa Bárbara e do caso da Paróquia do Cruzeiro, em FSA, há pontos e pontos de vista.

   Segundo a jornalista Maura Sérgia, de FSA, católica praticante, há que se considerar a verdade e encaminhou um artigo do jornalista Cristóvam Aguiar, com autorização para publicar no BJá. "Acredito que vcs têm conhecimento dos motivos que levaram o bispo a tomar tal atitude. Não tenho procuração para defender ninguém, mas, como católica e conhecedora do caso, resolvi passar essas informações para vcs, vez que concordo plenamente com a decisão do arcebispo, acho até que demorou demais", atesta Maura.

A quem interessa a difamação das autoridades diocesanas?

Por Cristóvam Aguiar

Dirigentes da Igreja Católica, em Feira de Santana, têm sido alvo de uma campanha difamatória sem precedentes. São frases soltas nos diversos programas das emissoras de rádio, notas plantadas em jornais e revistas, e até textos apócrifos enviados via Internet, que são repassados através de E-mails para toda a comunidade feirense.

No meu entendimento, isso tem origem no fato de que, hoje, a Arquidiocese tem no comando um arcebispo que busca cercar-se de pessoas idôneas e competentes, e faz valer a sua autoridade, não permitindo desvios ou distorções, seja no âmbito doutrinário ou administrativo.


O pior é que, profissionais da Imprensa estão sendo utilizados como "inocentes úteis", por pessoas de má fé que distorcem fatos, publicam mentiras como se fossem verdades e fazem denúncias sem provas. Vejamos, por exemplo, o caso da reforma da Catedral: O jornalista Oydema Ferreira, um católico praticante e fervoroso, com muitos serviços prestados à Igreja, soltou uma denúncia grave sem se preocupar quanto à veracidade da informação, sem ouvir a versão do denunciado, o pároco da Catedral, Padre Pedro Júnior.


A denúncia teve grande repercussão na Imprensa, para deleite dos interessados em promover a difamação das autoridades diocesanas, chegando-se ao cúmulo de dizer que o prédio da Catedral é tombado pelo Instituto do Patrimônio Artístico e Cultural da Bahia (IPAC). Não é. Tampouco os altares que estão sendo retirados, têm valor histórico. O mais antigo deles é da década de 30.


Quando digo que alguns colegas são "inocentes úteis", é por causa da sua crença na boa fé nas pessoas. E reconheço que há em alguns colegas o mau hábito de soltar informações sem antes verificar a veracidade delas, e sem ouvir as partes envolvidas. O bom jornalismo recomenda que verifiquemos a veracidade das informações, pois confiar apenas nas fontes é perigoso e pode nos induzir a erro.


E são inocentes mesmo, pois desconheço que haja no meio da Imprensa, alguém que tenha se aproveitado das benesses que os saqueadores da Arquidiocese promovem. Não conheço, por exemplo, ninguém da Imprensa, que tenha comprado, com o dinheiro da Arquidiocese, carro novo, caro e bonito, para dar ao namorado.


Também não conheço ninguém da Imprensa, que tenha se beneficiado de falcatruas e trambiques para desviar dinheiro da Arquidiocese nem roubar o seu patrimônio. Também não conheço ninguém da Imprensa que tenha participado de banquetes e orgias sexuais bancadas com o dinheiro da Arquidiocese.


O Ministério Público, que tem sido muito atuante em Feira de Santana, bem que poderia dar curso à investigações de denúncias e processos já instaurados, contra pessoas que praticaram (e ainda praticam) esse tipo de coisas.
 
A parte sã da comunidade católica de Feira de Santana, bem que poderia reagir contra esses difamadores e dilapidadores do patrimônio da Arquidiocese, pois afinal trata-se de patrimônio adquirido com o dinheiro dela mesma e a ela pertence. Também nós, da Imprensa, precisamos tomar cuidado na divulgação de informações, pois, é sempre bom lembrar, que mesmo sendo verdadeiras, algumas informações podem ser mais danosas do que benéficas para a comunidade em que vivemos, trabalhamos e criamos os nossos filhos.

Cristóvam Aguiar

Jornalista - FSA


CASO DA PARÓQUIA
DO CRUZEIRO

NOTA DE ESCLARECIMENTO

Amados irmãos e irmãs,


"Cuidai de vós mesmos e de todo rebanho sobre o qual o Espírito Santo vos constituiu bispos para pastorear a Igreja de Deus, que Ele adquiriu com o seu próprio sangue" (At 20,28).


Na qualidade de bispo desta Igreja Particular de Feira de Santana, ciente e consciente da missão que me foi confiada, de velar e de cuidar do rebanho, quero esclarecer à comunidade católica sobre alguns fatos ocorridos na Paróquia Senhor do Bonfim, localizada no Bairro Jardim Cruzeiro, que feriram a unidade e a comunhão eclesial, sinal distintivo dos discípulos de Jesus, bem como tornar públicas as providências que este Governo Arquidiocesano pretende adotar.


Histórico


Desde 1995, quando assumi esta Arquidiocese (então Diocese), tenho sido tolerante e respeitoso para com todos e, em especial, os presbíteros. Dispensei tratamento equânime a todas as paróquias e seus pastores, assinei e encaminhei a instituições internacionais pedidos de ajuda financeira para projetos sociais e outros. Não procedi diferentemente com a Paróquia Senhor do Bonfim. Como é do meu oficio, dialoguei e continuo fazendo-o com todos os presbíteros, procurando corrigir, exortar, orientar e apoiá-los em questões pessoais e pastorais. Nunca me neguei a receber um presbítero e com ele dialogar.


Paróquia do Cruzeiro

A Igreja é uma comunidade de pessoas, de ideais e serviços. Como é sabido por todos, temos em dimensão mundial, nacional e local compromissos comuns que se expressam nas diversas pastorais e serviços que são desenvolvidos, nas assembléias e encontros de planejamento, nas campanhas comunitárias, nas coletas e ofertas dos fiéis e na específica contribuição do dízimo paroquial. Infelizmente, a Paróquia Senhor do Bonfim não cumpriu regularmente com estas obrigações, não obstante reiteradas advertências que foram feitas pelo Governo Arquidiocesano.

Os fatos


Em consonância com quanto dito acima, constatamos os seguintes fatos:

- Não apresentação, no ultimo decênio, de contabilidade específica da sua movimentação financeira, conforme a legislação vigente no país e as orientações desta Arquidiocese.


- Inobservância das normas pastorais em vigor concernentes aos recolhimentos das espórtulas dos sacramentos, do dízimo e coletas institucionais da Igreja, que devem ser repassados à Cúria Metropolitana.

- Venda de veículo adquirido com dinheiro de Adveniat, sem a devida autorização.

- Desvio de parte do dízimo paroquial para financiamento de curso de psicologia em faculdade particular, sem autorização do Arcebispo.

- Declarações difamatórias contra o arcebispo e membros do presbitério.

- Estímulo a ato publico de desacato por parte de fiéis à autoridade eclesiástica, em momento de celebração eucarística campal, presidida pelo Arcebispo.

- Inexistência de materiais litúrgicos básicos condizentes com a história e importância da Paróquia, bem como de mobiliários necessários ao bom funcionamento da casa paroquial.

- Transferência indébita de patrimônio paroquial para outra instituição - especificamente Centro Comunitário Dom Silvério Albuquerque - no qual foram alocados recursos advindos de instituições como Adveniat, Kirche in Not, Arquidiocese de Colônia, solicitados por esta Arquidiocese, além das receitas locais, provenientes de dízimos, coletas, campanhas diversas promovidas e realizadas em nome da Paróquia.

Tendo presente todos os fatos acima elencados e visando o bem da Igreja e a edificação do Povo de Deus, comunico a todos fiéis que este governo Arquidiocesano resolve:

- Impetrar ação jurídica para reintegração de posse de todos os bens da Paróquia do Cruzeiro, porventura alienados sem expressa autorização da Arquidiocese, especialmente o Centro Comunitário Dom Silvério Albuquerque.

- Instaurar inquérito para instrução de processo canônico com aplicação de todas as sanções cabíveis aos responsáveis pelas ações acima indicadas.

Feira de Santana, 09 de março de 2008.