Cultura

CÂMARA PRESTA HOMENAGEM À MEMÓRIA DO PADRE ANTONIO VIEIRA

Foi uma grande homenagem
| 12/03/2008 às 12:09
  Alunos, educadores e funcionários do Colégio Antônio Vieira lotaram o Plenário Cosme de Farias da Câmara durante a sessão especial em comemoração aos 400 anos de nascimento do padre Antônio Vieira, patrono do colégio que leva o seu nome. A sessão foi requerida e dirigida pelo vereador Silvoney Sales (PMDB).


  "O Brasil esquece rapidamente os grandes vultos de sua história", lamentou o vereador Silvoney Sales ao abrir os trabalhos. Em seu discurso, ele destacou os sermões atemporais do padre Antônio Vieira, numa época marcada pelo escravismo e inúmeras desigualdades sociais.


  "Os sermões são considerados obras-primas do estilo do religioso, o melhor exemplo do barroco conceptista, no qual ele joga com idéias e conceitos, toma liberdades e produz uma prosa elegantíssima, com períodos do mais perfeito português, mesclando, aqui e ali, quando necessário, citações da Bíblia em latim", destacou Silvoney, observando também que Vieira "pregou entre os índios, entre os colonos em vários lugares do Brasil, entre os escravos e seus senhores, e entre os nobres da corte de Portugal".


   VIEIRA

 Além de contar brevemente a história do padre Antônio Vieira, desde o seu nascimento, em 6 de fevereiro de 1608, até a sua morte, em 17 de junho de 1697, o vereador frisou que a sessão especial externa a gratidão de Salvador pelo que representa o Colégio Antônio Vieira.


  O diretor do Colégio Antônio Vieira, padre Domingos Mianulli, observou que a escolha do nome Antônio Vieira para o colégio jesuíta carrega em si um laço que une sempre o passado ao futuro. "O nome que carregamos é sentimento de orgulho", disse, acrescentando que "o colégio não pode esquecer o seu compromisso de louvar o seu patrono e as suas causas abraçadas".


  O padre Miguel Martins Filho, professor de filosofia e orientador espiritual do Colégio Antônio Vieira, também discorreu sobre a biografia do religioso. "Ele deixou marca definitiva em nossa história. Foi jesuíta e conviveu com a dura realidade do seu tempo, o século XVII", lembrou. Para o professor, as palavras de Antônio Vieira ainda soam proféticas e vão continuar atravessando os séculos.


 A ex-aluna e ex-presidente do Grêmio Estudantil do Colégio Antônio Vieira, Carolina Cruz Ledoux, destacou o humanismo do religioso e a sua coragem ao enfrentar a inquisição e aqueles que desrespeitavam os índios e os negros.


  Participaram também da sessão, compondo a mesa de trabalho, a professora Maria Ângela Almeida, coordenadora do Colégio, o estudante Rafael Cajazeira, aluno do 3º ano do Antônio Vieira, e a professora Rosauta Fagundes, que esteve representando o reitor da Universidade Federal da Bahia, Naomar Almeida.