A leitora e artista plástica Lígia Aguiar diz que Frans Krajcberg é um dos grandes artistas vivo, e seu talento é incontestável. É o artista brasileiro (sim, ele é naturalizado brasileiro) de maior penetração no mercado internacional. A sua história é marcada por muitas perdas e sofrimento.   

   Judeu polonês, nascido em Kozienice, ele foi oficial do exército da Polônia, durante a segunda guerra, entre 1941 e 1945, período em que perdeu toda a família nos campos de concentração nazistas. Engenheiro formado pela Universidade de Leningrado, ele se mudou para a Alemanha depois da guerra e ingressou na Academia de Belas Artes de Stuttgart.  

    Frans Krajcberg gosta de dizer que foi salvo pela natureza. Ele voltou a se sentir livre em contato com a exuberância da mata brasileira que ele descobriu " fugindo dos homens " em 1948.   

    A pesquisa e utilização de elementos da natureza, em especial da floresta amazônica, e a defesa do meio ambiente, marcam toda sua obra. Há muitos anos denuncia, (quando ainda nem se pensava nisso) com seu trabalho, que o homem é o principal predador da natureza.  

   O exemplo são as peças belíssimas que ele repõe à natureza. Paris e Curitiba mantêm espaços cullturais com suas obras. O Estado da Bahia demorou muito para reconhecê-lo e dar a "César o que é de César".   A

baixo trechos de um
dos seus manifestos :  

..."É um hábito de juventude: me pergunto sempre porque como questionava-me criança. Porque o homem destroe as riquezas naturais quando sabe que o planeta esgota-se e que sem elas, sua própria será impossível? Porque o Brasil desertifica-se então que é um dos países mais ricos do planeta?...   ...Que haja na minha obra reminiscências culturais, reminiscências da guerra, no inconsciente, certamente. Com todo este racismo, este anti-semitismo, não podia fazer outra arte. Mas exprimo o que tenho visto ontem ao Mato Grosso, em Amazônia ou no Estado da Bahia. Eu mostro a violência contranatural feita à vida. Eu exprimo a consciência planetária revoltada. A destruição tem formas, apesar de falar de inexistência. Eu não procuro fazer a escultura. Eu procuro formas ao meu grito. Esta casa queimada, sou eu. Me sinto na madeira e nas pedras. Animista? Sim. Visionário? Não, eu sou um participante deste momento. O meu único pensamento é exprimir tudo que sinto. É uma luta enorme. Pintar a música pura não é fácil. Como fazer gritar uma escultura assim como uma voz? " .

Para conhecer mais sobre o artista: www.sampa.art.br/biografia/frazkrajcberb/cronologia/