O prefeito João Henrique determinou a imediata recuperação do conjunto
de objetos religiosos do terreiro Oyá Unipó Neto, assim como dos bens
de uso pessoal da mãe-de-santo Rosalice do Amor Divino (Mãe Rosa),
danificados na demolição parcial ocorrida esta semana no Imbuí.

   A Prefeitura não se nega a reconhecer que houve falta de sensibilidade
de seus prepostos encarregados da demolição, até por conta da nova e
extensa relação que o poder municipal tem estabelecido com as
religiões de matriz africana, inclusive com a implementação, nas
escolas municipais, da Lei federal 10.639, que inclui no currículo de
Salvador o ensino da cultura africana e afrodescendente.

   Por esta razão, João Henrique determinou que seja permitida a
recomposição temporária da edificação, até que se encontre uma solução
definitiva.

   O prefeito determinou, ainda, a imediata abertura de negociações com
os representantes do terreiro visando a solução do problema, com o
intuito de encontrar uma nova área para o Oyá Unipó Neto, onde as
práticas religiosas ali levadas a efeito possam se fazer em melhores
condições, tanto para a yalorixá quanto para os fiéis que freqüentam o
templo.

   Encontrada esta nova área, a Prefeitura remeterá o pedido de
doação à Câmara dos Vereadores, para que o Legislativo legalize a
doação.

   As decisões do prefeito foram tomadas após reunião com a participação
da secretária da Reparação, Antônia Garcia; do subsecretário Antônio
Cosme; do secretário de Governo, Gilmar Santiago; do presidente Leonel
Pinto, da Associação Brasileira de Preservação da Cultura
Afro-ameríndia (AFA), além da própria Mãe Rosa.