"Era um prêmio que eu, sinceramente, não esperava", afirmou Padilha em entrevista ao canal de televisão 3Sat, logo após receber a estatueta.
Ao subir ao palco do Berlinale Palast para receber o troféu, junto com o produtor do filme, Marcos Prado, Padilha foi muito aplaudido pelos mais de mil convidados presentes na premiação.
A última vez que um filme brasileiro ganhou o Urso de Ouro foi em 1998, com "Central do Brasil", de Walter Salles Jr.. A atriz Fernanda Montenegro, protagonista do filme, conquistou na época o Urso de Prata de melhor atriz pelo papel de Dora, que escreve cartas para analfabetos.
O documentário "Standard Operating Procedure", de Errol Morris, sobre as torturas a presos iraquianos em Abu Ghraib, ganhou o Urso de Prata. Já Paul Thomas Anderson ganhou o Urso de Prata de melhor diretor por "Sangue Negro".
O filme, o primeiro longa-metragem de ficção de Padilha, é baseado no livro "Elite da Tropa", que narra cenas de violência e corrupção policial no Rio de Janeiro.
"É difícil expressar sentimentos em qualquer língua. Costa-Gavras é um herói para todos na América Latina, por todos os filmes que fez", disse o diretor brasileiro ao receber o prêmio das mãos do presidente do júri, o diretor franco-grego.
Ele concorria com 20 filmes, e a sua receptividade na crítica especializada durante o Festival foi dúbia. Gerou desde críticas --principalmente ao seu excesso de belicismo e ao tom fascista-- quando elogios --sendo até chamado de "o novo Cidade de Deus."
"Tropa de Elite" ainda teve que superar problemas técnicos durante o festival.