Com 50 anos de carreira recém - completados em setembro, a cantora Myriam Thereza, mais conhecida como a "Cigarra da Madrugada", foi homenageada da Câmara dos Vereadores e do Sindicato dos Músicos da Bahia.

  A Comenda Maria Quitéria foi conferida à intérprete por iniciativa do Vereador Virgílio Pacheco, (PPS), pela sua trajetória de vida como digna representante da música baiana. A solenidade de entrega está marcada para as 14h de hoje, no plenário Cosme de Farias, na sede da Câmara.

  Thereza confessa que está em êxtase com o título, e conta que o mais importante para ela, é que esta homenagem está sendo prestada em vida, enquanto ainda pode fazer o que mais ama: cantar. Com seu 6º disco independente em mãos, ela admite que não é fácil sustentar uma carreira sem o apoio da grande mídia, mas revela: "Não sou do tipo que fica em casa esperando as coisas acontecerem.

  Eu vou atrás do que eu quero, e para dar continuidade à minha carreira, conto com o apoio de muitos amigos". A cantora agradece ainda ao vereador Virgílio Pacheco, "pela confiança e credibilidade que a câmara está me dando".

           
   HOMENAGEM
   AOS 50 ANOS
   COMO ARTISTA

  A artista, que em setembro ganhou uma grande festa em homenagem aos seus 50 anos de carreira, lembra em detalhes da sua trajetória, que começou no rádio e logo passou para as casa de shows, onde eram realizados muitos bailes. Dessa época ela guarda saudade, mas não se prende ao passado. Fazendo muitos shows, Thereza admite que gosta mesmo de cantar para ver as pessoas dançarem e se gaba da experiência dizendo: "só de olhar, eu sei o que o público quer ouvir".

           
   Ela conta ainda que sua caminhada pelas artes começou  na infância em Nazaré das Farinhas. "Enquanto todas as meninas brincavam de boneca, eu pegava um lençol, montava um palco e fazia as cortinas se abrirem para eu aparecer", relata. Em uma declaração emocionada, a intérprete diz: "Cantar é a coisa que me faz mais feliz na vida e não pretendo sair desse mercado. Mesmo quando a voz me faltar, quero poder continuar no mesmo meio musical que vivo".

       
   Sempre muito alegre e comunicativa, Myriam entrega a idade somente pelas experiências profissionais, mas fala muito orgulhosa dos seus 70 anos, vividos ao redor da música. Dona de uma memória inquestionável, não carrega consigo nenhum papel que possa lembrá-la do repertório, apenas sente o clima do público e leva todos ao delírio, tanto diante do saudosismo das canções antigas, quanto nas releituras de músicas atuais que costuma fazer.