Hoje, à tarde, haverá uma caminhada no bairro da Liberdade, em Salvador, comemorativa ao Dia Nacional da Consciência Negra
Hoje é o Dia Nacional da Consciência Negra.
Muito espaço reservado na mídia de Salvador - impressa, radiofônica e televisiva - com tablóides especiais, anúncios de políticas públicas por parte dos governos, enfim, um apoio merecido a um segmento da sociedade bastante sacrificado, sobretudo aqui na Bahia onde a presença do negro colonizado foi intensa.
Causa espécie, no entanto, o fato de que ninguém abordou um tema bastante polêmico aos olhos de alguns estudiosos da colonização portuguesa no Brasil, ou seja, a presença de líderes africanos que participaram da exportação de negros para as Américas, como coadjutores desse processo.
Os portugueses e os espanhóis só conseguiram desenvolver o tráfico de escravos graças a participação desses líderes tribais negros, os quais, diantes das guerras em seus países de origem, traficavam os seus irmãos em troca de armas, dinheiro e outras mercadorias.
Ademais, precisa-se colocar o papel do negro dentro de seu contexto real. Quem já leu o livro do professor João José Reis sobre a Rebelião dos Malês, em Salvador, terá uma dimensão exata do que aconteceu em 1835. Daí que, o negro merece todo respeito e consideração, mas, exagerar nas tintas faz mal a história.