Cultura

DEPUTADO AFIRMA QUE "MACBETH DE PROVÍNCIA" SE SUPEROU COM "EBÓ-ARTE"

Pronunciamento do deputado aconteceu na AL nesta terça-feira, 9
| 09/10/2007 às 18:20
 O deputado João Carlos Bacelar (PTN), em discurso na tribuna da Assembléia Legislativa, hoje, 09, cobrou um posicionamento do governo da Bahia sobre o possível fechamento da Fundação Casa de Jorge Amado e a transferência do acervo de mais de 250 mil peças para a Universidade de Harvard, nos Estados Unidos, "naquilo que será a maior vergonha para o país e, principalmente para a Bahia".

  Bacelar se solidarizou ao protesto do escritor imortal João Ubaldo Ribeiro, revelando que o despreparo do secretário de Cultura do governo petista baiano, Márcio Meirelles para com o que há de mais importante e sagrado para seu povo: a memória. "O ‘Macbeth de província' - como nominou a dramaturga Aninha Franco - se superou.

  Agora conseguiu a ira dos imortais. No início foram as críticas dos profissionais da Cultura, dos deputados de Oposição, da imprensa, da sociedade civil, e até da primeira dama. Agora, temos as críticas do imortal João Ubaldo Ribeiro sobre os descalabros da atuação do secretário Márcio Meirelles, sob a aquiescência do governador Jaques Wagner", protestou Bacelar.

  De acordo com o parlamentar, as atitudes do secretário mostram que o desejo do Partido dos Trabalhadores é desmontar a cultura baiana. "Tudo o que foi construído, tudo que se refere a história, a memória, a cultura da Bahia está sendo destruído e agora, o secretário chama para si a ira dos mortais e imortais", afirmou Bacelar.

  "O desmonte da cultura baiana está ocorrendo e não sou eu quem fala isso. Para o imortal João Ubaldo Ribeiro a ‘bandidagem analfabeta e ressentida' está destruindo a cultura baiana. Não são palavras de qualquer pessoa, mas de um célebre escritor baiano, um imortal que diz que a transferência do acervo de Jorge Amado para o exterior ‘é uma vergonha extraordinária para a Bahia e para o Brasil diante do mundo'.

   EBÓ-ARTE

  A Bahia despreza o acervo de um dos maiores escritores brasileiros e mundiais do século xx, de um símbolo da Bahia e um dos formadores da identidade baiana. João Ubaldo Ribeiro define a política cultural do PT como de completa insensibilidade, desprezo pelas tradições e pela dignidade da Bahia. Através das obras de Jorge Amado, conquistamos também a liberdade dos cultos religiosos. Para o imortal, o governo joga no lixo a história de um homem", afirmou Bacelar.

  Desrespeito a religião de matriz africana - Outro caso do desrespeito às tradições culturais é a performance 'Ebó-Arte' que deve ser realizada hoje à noite, 9, na capela do Museu de Arte Moderna da Bahia, quando serão ridicularizados elementos da religião de matriz africana.
 
  "É um absurdo o que se fará hoje sob os aplausos de setores do governo Wagner, com a religião de matriz africana, por um artista e pela diretora de um museu, fantasma nos quadros da Cultura da Bahia. Ebó é um elemento sagrado e está sendo desrespeitado. E o governador Jaques Wagner é o responsável por todo esse descalabro porque deu carta branca ao secretário Márcio Meirelles. Cadê o secretário de Promoção da Igualdade, Luiz Alberto, que não se manifesta contra esse escândalo", concluiu Bacelar.