Pegou mal, muito deselegante, as declarações do ministro da Defesa, Nelson Jobim, durante abertura do Dia Marítimo Mundial, em território da Bahia, com sua declaração dando conta de que os participantes do evento não deveriam trabalhar demais, "porque disso baiano não gosta".

  Depois, em conversa com jornalistas na última sexta-feira, 15, quis consertar a sua brincadeira de mau gosto, afirmando que não teria dito o que disse, como se todo mundo fosse surdo e imbecil, afirmando que "baiano é inteligente, baiano sabe que só trabalhar e só trabalhar dá neurastenia e intolerância".

  Agora, vá o ministro Gilberto Gil e diga lá no Rio Grande do Sul, em Pelotas, que, digamos assim é a terra de folclore do gauchão bravo e baitola, cometer uma sandice dessa natureza. Dizer que o gauchão falsea o corpo.

   O ministro Jobim, ao que se sabe, não é humorista nem escreve para quadros de humor, enquete que popularizou na TV a preguiça baianês, com painho e outros na interpretação válida de Chico Anísio.

   Jobim, ao contrário, além de ser o ministro da Defesa, substituiu Waldir Pires, notório personagem baiano que a oposição costuma classificar como homem de pouco trabalho.

   Daí que, as declarações de Jobim, encerram uma gravidade ainda maior, uma vez que, na interpretação de alguns políticos, além de desmerecer a Bahia como um todo, a figura dos baianos, atingiu o ex-governador Waldir Pires, pessoa honradíssima na Bahia.

   Cabe, portanto, em nota oficial, o ministro pedir desculpas a Bahia e aos baianos.