Declarações de Robson Almeida foram consideradas desastrosas pela oposição
Deputado Heraldo Rocha: "Não precisamos fazer oposição com essas afirmações" (Foto:BJ)
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O deputado Ângelo Coronel (PR) afirmou na sessão desta quarta-feira, 29, na Assembléia Legislativa, que apresentará uma moção de repúdio contra a atitude do chefe da Assessoria Geral de Comunicação do Estado (Agecom), Robson Almeida, por ter "desdenhado das primeiras damas" do Estado, ao afirmar, em A Tarde, edição de hoje, pág. 14. que, nos governos anteriores "essa função era usada apenas para receber bilhetinhos de deputados e fazer assistencialismo".
Segundo o líder dos Democratas, deputado Heraldo Rocha, trata-se de uma declaração desrespeitosa e que revela, mais uma vez, a falta de rumos e de orientação da equipe do governo. Ângelo Coronel vai além destacando que na casa existem um neto da primeira dama, o deputado Leur Lomanto Júnior (PMDB), e uma primeira dama do município de Salvador, a deputada Maria Luiza Barradas Carneiro (sem partido), nora da ex-primeira dama Ieda Barradas Carneiro..
A rigor, na opinião de deputados das bases aliada e da oposição, as declarações de Robson Almeida tentando justificar a entrevista que considerou "lúcida" da primeira dama, Fátima Mendonça, representam uma emenda pior do que o soneto. O que se assistiu na AL, nesta quarta-feira, foi mais saia justa, alguns deputados adesistas de cara amarrada, outros ausentes de plenário, numa situação bastante constrangedora.
Nos bastidores, os adesistas estão sendo chamados do "bloco dos sem vergonha", um epíteto cunhado em função das declarações da primeira dama Fátima Mendonça dando conta de que, "é uma falta de vergonha danana" a aproximção dessas pessoas com o governo Wagner.
PRIMEIRAS DAMAS
Na opinião do deputado Paulo Rangel (PT) "concordo quase por completo com as opiniões de Robson, em relação ao papel acessório que exerciam algumas primeiras damas, mas, faço a ressalva em relação a dona Iolanda Pires, esposa do ex-governador Waldir Pires".
Sentado na Mesa Diretora o deputado Leur Lomanto Júnior (PMDB) não gostou do que ouviu, pois, sua avó, dona Hildete Lomanto fora primeira dama, entre 1963/67.
Para o deputado Javier Alfaia (PCdoB), sem entrar no mérito das declarações de Robson, porém, pontuando o que falou Fátima Mendonça sobre as primeiras damas, de papéis acessórios, "essa sua visão é louvável e corajosa". Ainda segundo Alfaia, quebrar o tabu em relação a independência do marido, da mulher que vive à sombra do marido, representa uma situação louvável.
PRIMEIRAS DAMAS
NA HISTÓRIA
Só para lembrar pela ordem cronológica as últimas primeiras damas do Estado nos últimos 50 anos de governo: Isabel Souto, Márcia Alencar, Tércia Borges, Márcia Imbassahy, Arlette Magalhães, Solange Coelho, Iolanda Pires, Ieda Barradas Carneiro, Maria Amélia Santos, Julieta Pontes Viana, Hildete Lomanto, Lavínia Magalhães, Tsyla Balbino.
Quatro delas já faleceram: Tsyla Balbino, esposa do governador Antonio Balbino (1955/59) ; Lavínia Magalhães, do governdor Juracy Magalhães (interventor em 1930 e governador eleito entre 1959/1963) ; Julieta Pontes Viana, do governador Luiz Viana Filho (governador nomeado entre 1967/71); e Iolanda Piores, do governador Waldir Pires (1987/maio 89).