A presidente do Instituto Geográfico e Histórico da Bahia, professora Consuelo Pondé de Senna, afirmou durante palestra sobre Caramuru e Paraguaçu, cinco séculos de história nas origens européias do Brasil, proferida pelo engenheiro militar Christovão Dias de Avila Pires Junior, que, na Bahia atual, os grandes heróis estão sendo renegados e que "esse turismo étnico afro lançado, recentemente, é preocupante".

  A presidente do IGHB foi questionada por participantes do evento, quando, durante os  debates, um professor da UFBA quis saber quais os passos que a entidade já havia dado para as comemorações dos 200 anos da chegada da família real a Salvador, em janeiro de 1808.

  - Estamos trabalhando nessa direção e vamos organizar o que for possível ao nosso alcance. Temos informações, no entanto, que o governo do Rio de Janeiro e o Ministério da Cultura estão centralizando o forte das comemorações na antiga capital da República - atestou.

   Para Consuelo está havendo uma supervalorização de determinados segmentos da cultura local, um precedente perigoso, uma vez que não há representatividade para isso. A professora diz que não pretende entrar em polêmica e o IGHB vai se manter fiel à história, pois, a Bahia sempre foi multiracial e multiétnica.

   PORTINARI

   Já o presidente da Associação Comercial da Bahia, Eduardo Morares, externou sua preocupação com a ida do quadro A Chegada da Família Real a Bahia, para as comemorações do Rio de Janeiro, em janeiro de 2008, e este não retorne mais a Bahia.

   O quadro pertence a Fundação Mariani e deverá ser levado ao Rio. É considerado um dos mais valiosos existentes no acervo do Estado.