Cultura

LIVRO A MALDIÇÃO DE DEUS SOBRE O HOMOSSEXUAL PROVOCA INDIGNAÇÃO

Valdeck Almeida de Jesus protesta contra a publicação da Igreja Internacional da Graça
| 22/07/2007 às 20:49

   O livro "A maldição de Deus sobre o homossexual", do evangélico Náurio Martins França, 70, membro congregado ativo da Igreja Internacional da Graça está provocando a maior polêmica.

   Segundo o escritor Valdeck Almeida de Jesus "se trata de repugnante os trechos transcritos, eivados de ódio, discriminação homofóbica, o que torna o referido escritor digno da repulsa de todos os homossexuais do Brasil e do mundo".


   - O referido senhor não se baseou em fontes científicas para escrever o perverso livro, mas tão só em passagens bíblicas ao pé da letra, sem uma leitura contextualizada e nas suas idéias preconceituosas e nefandas sobre a homossexualidade - frisa Almeida.
 
   Para Almeida, "ele sequer se deu ao trabalho de pesquisar sobre o tema, pois, se assim o fizesse, encontraria argumentos bastante convincentes e incontroversos sobre a normalidade da homossexualidade, tal como a resolução do Conselho Federal de Medicina que desde1985 retirou do rol das doenças, medida acompanhada pela Organização Mundial da Saúde em 1990, e pelo Conselho Federal de Psicologia, em 1999".


    - Não se dá conta, o "ilustre escritor", também, que tramita no Congresso Nacional vários projetos de lei que apóia a causa homossexual, bem como há em vários municípios brasileiros leis que protegem essa minoria que certamente podem ser acionadas caso o malfadado livro venha a ser comercializado pelo país.


    - O verdadeiro cristão, aquele que ama seu próximo como a si mesmo (mandamento fundamental da vida cristã), jamais incitaria o ódio e a discriminação através de um livro ou de outra forma qualquer. Deus não discrimina nenhum povo e na Bíblia não há nada que condene a homossexualidade. Pelo contrário. Jesus não cita em momento algum a homossexualidade como pecado. Além do mais, Ele, Jesus, no livro de Mateus 19:12, textualmente: "há eunucos que assim nasceram desde o seio de suas mães".


   Portanto, resta a este suposto estudioso e praticante do cristianismo, uma leitura mais apurada das escrituras sagradas, antes de publicar impropérios, que lhe sujeita a processos que certamente serão movidos pelas entidades de defesa dos direitos humanos - conclui Almeida de Jesus.