O repensar dos gestores da cultura oficial da Bahia sufoca o Teatro XVIII, localizado no centro histórico, Pelourinho, no momento em que completa 10 anos de existência.
A comemoração que vai marcar o aniversario da casa, que cobra preços populares nas suas montagens, será mais modesta no dia quatro de junho. Não há recursos suficientes para investir na comemoração do aniversário, segundo informou a assessoria de imprensa do teatro.
O espetáculo montado para festejar a década de fundação do local, "Milagre em Salvador", ainda não conseguiu apoio para ser apresentado ao público na ocasião da festa. Inspirada no filme Milagre em Milão, a peça reúne todos os grupos e artistas do Theatro XVIII, a exemplo da Companhia do XVIII, Companhia Axé do XVIII, Tribo do XVIII e os Miúdos da Ladeira.
A diretora da casa, Aninha Franco, lamenta os investimentos direcionados à arte na Bahia. "Ainda temos todos os problemas do primeiro dia. Isso não vai mudar enquanto tivermos um sistema neoliberal, onde há empresários decidindo qual a política cultural do país. Mas está na hora de mudar esse modelo porque empresário não entende de cultura e arte. Vamos esperar que mude com o novo governo, que sempre criticou o neoliberalismo", alfinetou Aninha.
O Projeto das Segundas-Feiras, por exemplo, está parado. Com uma programação que inclui o "Sarau do XVIII", o "Teatro O Quê?" e o "Penso Logo Existo" - cuja programação educativa é direcionada, gratuitamente, à população da cidade - o projeto foi montado em 1999 com apresentações e oficinas realizadas às segundas-feiras. As atividades foram interrompidas porque a direção não tinha condições de pagar pelo cachê dos profissionais.