Por iniciativa do vereador Virgílio Pacheco, a Câmara Municipal de Salvador concedeu nesta terça-feira, 29 de maio, no Plenário Cosme de Farias, ao babalorixá Aristides de Oliveira Mascarenhas, Pai Ari d'Ajagunã, presidente da Federação Nacional do Culto Afro-Brasileiro, Fenacab, o título de Cidadão da Cidade do Salvador.

  Pra Virgílio Pacheco, a homenagem ao babalorixá é justa e merecida pelo que, como sacerdote de sua fé, conquistou para a entidade que preside e para a comunidade religiosa que representa e que se constitui numa enorme faixa da população de Salvador.
 
  "Sua luta dignificou o trabalho religioso e garantiu aos sacerdotes o reconhecimento da atividade e o direito à aposentadoria, sem falar do seu trabalho na área social e na preservação da natureza e do meio ambiente, valores que são natos da religião afro", destaca o vereador.

  Pai Ari d'Ajagunã, como é conhecido o mais novo ilustre cidadão da capital baiana, tem um trabalho inovador à frente da Fenacab. Entre as ações realizadas pela entidade sob sua liderança estão a obtenção do registro dos sacerdotes de matriz africana junto ao Código Brasileiro de Ocupação,  CBO, em 2005, e a elaboração de um Código de Ética Religiosa, que normatiza e legisla sobre as religiões afro-brasileiras, no momento em tramitação no Legislativo Federal.

   É também resultado de sua luta junto aos poderes municipais o estabelecimento do dia 24 de novembro como o Dia do Sacerdote de Matriz Africana, já reconhecido e integrando o calendário oficial do Município, desde o ano passado.

   Reestruturando uma instituição com mais de 60 anos de existência e adequando-a à modernidade, sem perder seus objetivos de preservar e garantir a integridade e a responsabilidade dos valores das religiões afro-brasileiras, Pai Ari se notabiliza pela seriedade em conciliar os diversos estratos ou matrizes que compõem a estrutura da religião Candomblé no Brasil.