O artigo do deputado federal Luiz Bassuma (PT) em A Tarde deste sábado, 12, intitulado Aborto, jamais! lembra um pouco o tempo da inquisição, período sombrio da trajetória da Igreja Católica.

   Bassuma é espírita e se utiliza de uma argumentação mais estapafúrdia possível posta por alguém do seu nível e competência intelectuais, para justificar, além do seu ponto de vista estritamente religioso e inquisitorial, sua condensão à prática do aborto, mesmo sob o ponto de vista da saúde pública, tese defendida pelo ministro da Saúde, Ramos Temporão.

   Bassuma diz o seguinte: "O objetivo é o controle da natalidade nos países emergentes e em desenvolvimento, como o Brasil, que tem uma população que, só entre 200 e 2004, aumentou em 10 milhões, constituindo-se num poderoso mercado consumidor, que, aliado a outros fatores, ameça a hegemonia dos países ricos".

   É de dizer, portanto, que o deputado desconhece completamente a realidade do seu país, e olhe que se trata de um representante no Congresso Nacional; ou utiliza esse argumento na falta de um outro mais convincente e consistente. Ademais, o Brasil não está ameaçando sequer o Chile ou a Argentina, quanto mais aos asiáticos e europeus.

   Sobre o ministro Temporão diz: "É lamentável que o ministro defenda a legalização de um crime como a solução para a gravidez indesejada".

   Até onde se ouviu das declarações do ministro Temporão este afirmou que o governo brasileiro deve encarar o abordo como uma questão de saúde pública, seu Ministério aberto ao diálogo.

   Bassuma troca alhos por bugalhos e segue numa argumentação que remete aos templários.

   O presidente do PT da Bahia, Marcelino Galo, também em artigo disse que estava disposto a enquadrar Bassuma no conselho de ética do seu partido. Tá na hora, urgente de fazer isso.