Pressionada por deputados, a Procuradoria da Câmara vai reclamar junto à
Rede Globo pelas alusões feitas no programa "Casseta & Planeta" exibido na última
terça-feira, 1º de maio.
Alguns parlamentares reclamaram especialmente do quadro em que foram chamados de "deputados de programa". Nele, uma prostituta fica indignada quando lhe
perguntam se é deputada.
O quadro em que são vacinados contra a "febre afurtosa" também provocou
constrangimento.
Na noite de quarta-feira, 2, um grupo de deputados esteve na Procuradoria da
Câmara para assistir à fita do programa.
Segundo o procurador Ricardo Izar (PMDB-SP), duas parlamentares choraram.
Izar se encontrará nesta segunda-feira, 7, com representantes da emissora, para
tentar um acordo, antes de recorrer à Justiça.
O presidente da Câmara Arlindo Chinaglia (PT) também se disse indignado:
- O programa passou dos limites. Eles têm talento suficiente para fazer
graça sem desqualificar a instituição, que garante a liberdade para que façam graça.
O diretor da Central Globo de Comunicação, Luís Erlanger, disse que a
Rede só se pronuncia sobre ações judiciais, depois de serem efetivadas.
Os humoristas do Casseta & Planeta não quiseram falar sobre o assunto,
dizendo não querer "dar importância à concorrência".
NOTA DE ESCLARECIMENTO
"Foi com surpresa que nós, integrantes do Grupo CASSETA & PLANETA,
tomamos conhecimento, através da imprensa, da intenção do presidente da Câmara dos Deputados de nos processar por causa de uma piada veiculada em nosso programa de televisão. Em vista disso, gostaríamos de esclarecer alguns pontos:
1. Em nenhum momento tivemos a intenção de ofender deputados ou prostitutas.
O objetivo da piada era somente de comparar duas categorias profissionais que aceitam dinheiro para mudar de posição.
2. Não vemos nenhum problema em ceder um espaço para o direito de
resposta dos deputados. Pelo contrário, consideramos o quadro muito adequado e condizente com a linha do programa.
3. Caso se decidam pelo direito de resposta, informamos que nossas gravações
ocorrem às segundas-feiras, o que obrigará os deputados a "interromper seu
descanso."