Cultura

WALDIR PIRES SOFREU COM DOM AUGUSTO E SEUS PANFLETOS NA CAMPANHA 1962

Lomanto Júnior foi eleito governador
| 01/04/2007 às 20:00
   Distribuir panfletos em missas faz parte da cultura baiana.

   Na campanha política de 1962, o então arcebispo da Bahia, dom Augusto Álvaro da Silva, utilizou muito esse expediente para criticar o candidato do PSD, Waldir Pires, na disputa contra Lomanto Júnior, frente municipalista.

    Waldir era chamado de comunista, vermelho e anti-Cristo.
 
    Lomanto era o católico puro sange contra o vermelho (o diabo).

    Na campanha de 1986, novamente com Waldir, desta feita contra Josaphat Marinho, embora o arcebispo da época o alagoano Dom Avelar Brandão Vilela não tivesse excomungado Josaphat, que era agnóstico, Waldir trafegou numa boa entre os católicos com a simpatia de muitos setores da igreja.

   Em 1962, dom Augusto, apoiado pela A Tarde, onde publicava seus artigos, chegou a a constituir uma liga a Aliança Eleitoral pela Família, uma espécie de TPF, para combater Waldir.

    Dizia dom Augusto, A Tarde, 12/setembro/1962: "A voz da AEPF (Aliança Eleitoral pela Família) será a voz da família baiana, a voz da conscieência independente e livre do povo católico dessa terra. A Aliança não se deixará corromper pela identidade de sangue, pela sedução de promessas, serpentinas de paraísos futuros - judes que ainda esperam a vinda do senhor".

   No dia 23 de setembro 1962, em centenas de igrejas da Bahia distribuiu-se um panfleto taxando Waldir de vermelho e comunista.

   A campanha seguiu nesse ritmo: toda missa panfletos contra Waldir. O pleito foi realizado no dia 7 de outubro e Lomanto Júnior eleito governador da Bahia.