Rabinovitz respondeu a Ricardo Castro
Muitos comentários foram feitos neste final de semana no chamado mundo cultural baiano diante do artigo publicado em A Tarde, último sábado, 24/03, intitulado Realizações da OSBA (Orquestra Sinfônica da Bahia) assinado por seu ex-diretor, Salomão Rabinovitz, rebatendo críticas do atual diretor Ricardo Castro e dando-lhe um puxão de orelhas.
A história é a seguinte: Ricardo Castro, pianista renomado que vivia na Europa e (em parte) desconhece a realidade baiana (sobretudo orçamentária na área da cultura) ao assumir o comando da OSBA guinado pelo atual secretário Márcio Meireles, deu uma entrevista em A Tarde dizendo que ia fazer isso e aquilo, e deixou claro que a OSBA além de viver na penúnira (tinha salas sem ar condicionado) não realizava um trabalho merecedor do que se espera de uma sinfônica, sobretudo na formação de novas gerações de músicos, alguns dos quis, recrutados nas camadas mais pobres da população.
Rabinovitz que dirigiu a OSBA durante 14 anos não gostou das declarações de Castro e destacou, também em A Tarde, no sábado, "que além de ter atuado durante 22 anos como spalla, deixou a instituição com "percepção clara de realizações que envolveram um grande número de profissionais qualificados que a ela dedicaram melhor do seu talento".
OSBA TEM HISTÓRIA
Adiante, assinala que a OSBA "tem de concreto, hoje, não é o seu futuro, mas sua história. Desde a sua criação, em 1982, a OSBA vem cumprindo seu papel de difusão da música erudita e formação de platéia, promovendo concertos em vários espaços públicos".
E mais, diz Rabinovitz, nos últimos anos a OSBA realizou programas direcionados ao público já habituados à audição da música erudita, a exemplo do Festival Barroco, Ciclo das Igrejas e Série Concertos do TCA; Concertos Nobres, Populares e Educativos".
Rabinovitz destaca que Érick Vasconcelos foi sempre o regente efetivo da OSBA, mas, a instituição também convidou nomes internacionais para dirigi-lá, entre outros, Isaac Karabchewky, Per Breving, Jamil Maluf, Henrique Morelenbaum, Roberto Duarte, José Maria Florênico e Ira Levin e que a OSBA criou o concurso nacional para jovens solistas, em 2002, hoje referência nacional.
Por fim, Rabinovitz (sem citar Ricardo Castro diretamente no texto, mas, numa alusão às suas declarações em A Tarde) finaliza: "Tais realizações são exemplos do trabalho da direção da Orquestra em colaboração profícua com seus músicos, e que resultaram no respeito e prestígio que ela goza no Brasil e no exterior. Trabalho que não deve ser minimizado e que, necessariamente, servirá de esteio para quaisquer realizações que a ela vierem acrescentar-se".