OPINIÃO BAHIA JÁ

  O frei italiano Paolo Lombardi que visitou a capela do Abrigo Dom Pedro II, na Boa Viagem, local onde estão depositados os restos mortais da irmã Lindalva Justo de Oliveira, cujo decreto de beatificação foi assinado pelo papa Bento XVI, em dezembro último, teve a ousadia de dizer que o local está "vergonhoso".

   A Cúria Vaticana deverá fazer uma solenidade de beatificação da freira no próximo 25 de novembro e, de acordo com as palavras do petulante frei, Salvador não fará uma boa imagem para o mundo.

   Ora, todo mundo sabe que as capelas localizadas nas instituições de caridade, orfanatos e outros, em áreas do patrimônio histórico (salvo raras exceções) encontram-se degradadas. Isso porque, por competência do IPHAN e eventualmente por demanda de um órgão municipal, caso da Prefeitura do Salvador, em relação ao Abrigo Dom Pedro II, não existem recursos orçamentários para tais reformas.

   A Igreja Católica, de sua parte, mesmo nos templos que não se situam em áreas de instituições públicas, sempre se ampara no poder estatal para recuperar suas igrejas e basílicas no Brasil. Vide, por exemplo, a catedral da Sé que foi recuperada pelo governo do Estado.

   Agora, se o frei Paolo vem com essa arrogância toda, com essa petulância de depreciar um local que, embora com problemas de ordem esrtrutural, física, não deveria de forma alguma menosprezar o aspecto da espiritualidade, da religiosidade, e não é com reformas, com pinturas e outros, que se prega a palavra do Senhor.

   Daí que o bispo se assim deseja, deveria conseguir com o Vaticano - que uma cidade nação rica - dinheiro para fazer a tal reforma que mostraria Salvador ao mundo.

   Ademais, o mundo islâmico, o mundo budista, o mundo induista e outros, não sabe sequer onde fica Salvador quanto mais uma capela com uma pobre freira que foi assassinada em idos pretéritos.

   O bispo deveria fazer umas orações e retirar o que disse.