O poeta popular Cuíca de Santo Amaro, cordelista que se dedicou com mordaz sátira a vida baiana nas décadas de 1950/60, especialmente, vai ser homenageado nesta segunda-feira, 19, data do centenário do seu nascimento. 
 
  Iniciativa da Fundação Pedro Calmon os eventos acontecerão na Praça Municipal local onde Cuíca fazia ponto, em frente ao Elevador Lacerda. A pesquisadora Edilene Matos, que está na estrada trabalhando o tema cordel há anos, vai relançar a biografia de Cuíca que também será distribuida nas escolas e bibliotecas públicas.
 
   O Grupo Usina de Teatro apresentará a peça "Ele, o Tal" - referência a forma como José Gomes, o Cuica (1907/1964) adjetivava seu nome e Bule Bule estará cantando e tocando pandeiro ou viola reverenciado o grande artistas popular da Bahia. 

   As comemorações começam às 9 horas. 

   OPINIÃO BAHIA JÁ

   A literatura de Cordel vem perdendo espaço na preferência dos leitores sobretudo depois que os meios de comunicação de massa (rádio e TV) atingiram a população sem que ela gasta muito com isso.

   Ademais, Salvador não tem hoje um Cuíca ou um Rodolfo Cavalcante para satirizar os fatos marcantes da cidade, tais como vemos agora: o Crime de Neylton, o Fechamento dos Supermercados aos Domingos, a Entrevista do governador a Band durante o Carnaval, o Chupa Cabra, A Gostosona Ivete Sangalo. e outros.

   O que se passa é que ficou cada vez mais difícil vender cordel, mesmo a 1 real que seja, assim como livros de autores baianos. A iniciativa da Fundação Pedro Calmon de distribuir na rede pública de ensino e nas bibliotecas o livro de Edilene é uma bela iniciativa, o que deve ser seguida de palestras da autora nos colégios, uma vez que os jovens que estão frequentando as escolas públicas mal sabem quem é Jorge Amado, falecido na década de 1990, quando mais Cuíca de Santo Amaro que morreu em 1964.