O escritor baiano Antonio Risério, autor entre outros de Carnaval Ijexá e Uma História da Cidade da Bahia, em artigo publicado no site da rádio Metrópole, Salvador, (www.radiometropole.com.br) intitulado De Conversa em Conversa, assegura que "não há discussão cultural hoje na Bahia. Discussão cultural pública".

Segundo Risério "reina a complacência. E o que é mais grave: a autocomplacência. Todos aplaudem o que todos fazem. Cada um está muito satisfeito consigo mesmo".

Segundo Risério a Bahia perdeu a disposição ao debate e o senso de crítica e autocrítica. E, o que parece ser muito grave: "Perdeu-se a inquietude essencial".

Situa Risério que, em vez de discussão "temos fofoca"; em vez do debate, "a maledicência".

Risério está desencantado com a Bahia e finaliza seu artigo destacando que "ninguém discute filmes, peças de teatro, produções literárias, cariações plásticas, poemas então nem pensar. O que todos esperam, nos primeiros casos são prêmios. No segundo, o que conta é o número de shows e discos vendidos".

Para ele, na mídia baiana o que há é "jornalismo celebratório e auto celebratório. Laudas a loa".

Taí quem quiser ler o artigo de Risério na íntegra é só acessar o site da Metrópole.
 
OPINIÃO BAHIA JÁ

Risério tem conhecimento de causa no que escreve e fala. É um autor respeitado e conhece, como poucos, a cultura baiana. Tem razão em muitos pontos de vista no que diz em seu artigo, sobretudo em relação ao destaque excessivo e laudatório que a mídia dá em relação a música, a literatura e as artes de uma forma geral, sem senso crítico, sem quaisquer análises mais apuradas. Agora mesmo aconteceu uma "discussão" sobre a cultura baiana na Facom e o que se viu: burocratas de um lado; estudantes do outro. Não havia, salvo melhor juízo, as pessoas que de uma forma ou de outra produzem a cultura.