Alguns cartazetes não contém quaisquer assinaturas
Afixaram em postes c/ fotos da Expo SSA Negroamor cartazetes com protestos (Foto: Agapito)
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Mais polêmica em torno da Exposição Salvador Negroamor, do fotógrafo Sérgio Guerra, que ficará em cartaz até o próximo dia 16, em vários pontos da cidade do Salvador. Recentemente, afixaram cartazetes impressos em computação no formato 20x30 embaixo das fotos colocadas nos postes com frases provocativas: "Isso é hipocrisia, precisamos é de dignidade", "Isso é hipocrisia, precisamos de educação", "Isso é hipocrisia, precisamos é de moradia", entre outras, assinada por Beto Mabult.
Desde que essa expo entrou em cena tem sido objeto de amor e ódio por parte da população, dos seus críticos e defensores. Ademais, o que chamou mais a atenção dos críticos foi o valor do patrocínio da mostra por parte da Petrobrás, algo em torno de 1.5 milhão de reais, conferidos através da Lei Rouanet a um único artista.
Daí que as críticas foram bravas, inicialmente, com Clímaco Dias, professor, que considerou a apropriação do espaço público apenas por um fotógrafo, tese endossada com mais acidez pelo antropólo da UFBA, Alberto Albergaria, que considerou a mostra, entre outros adjetivações que falou no programa de MK, Rádio Metrópole, de "ilusionismo midiático".
Óbvio que, por essas e outras críticas, o produtor e idealizador da mostra esperava. Até porque, diante da dimensão do que está sendo exposto, com intensa midia nos meios de comunicação de Salvador além de cobertura jornalística, uma mostra dessa natureza teria, como está tendo, defensores e quem contra ela se opõe, por sua dimensão midiática, patrocínio, apoio institucional dos governos estadual e municipal e outros.
DIALOGAR COM A REALIDADE
Sérgio Guerra está tranquilo e satisfeito com o seu trabalho e até para quem não conhece os bastidores da Expo, mesmo antes de sair o patrocínio da Petrobrás, o produtor já havia investido dos seus recursos próprios, algo em torno de 1 milhão de reais. Nos bastidores os comentários são de que, ainda que tenha havido esse apoio todo da Petrobrás, Coelba, Prefeitura, Estado, o produtor vai amargar prejuízio financeiro.
Mas, nada que desanime Guerra, pois, entende que a proposta base da Expo, dialogar com a realidade da comunidade negro-mestiça de Salvador, atingiu (ou está atingindo) o objetivo, criando as bases para mudança de uma realidade onde os negro-mestiços continuam sendo maioria na cidade, porém, vivem em situação de desvantagem na ocupação do mercado de trabalho e outros.