Como parte da programação do Novembro Negro, do Governo da Bahia, as secretarias estaduais da Educação (SEC) e de Promoção da Igualdade Racial (Sepromi) realizaram, nesta segunda-feira (11), no auditório da SEC, o lançamento da 10ª edição da Coleção da História da África, da Organização das Nações Unidas para a Educação, a Ciência e a Cultura (Unesco), e uma roda de conversa com o professor Augustin Holl, presidente do Comitê Científico de Revisão dos oito volumes da História Geral da África, que discorreu sobre a importância da coletânea produzida por acadêmicos para o entendimento do continente africano em sua plenitude.
Representando a secretária da Educação da Bahia, Rowenna Brito, que cumpre agenda em Brasília, o diretor de execução das Políticas para a Educação Básica da SEC, Fábio Barbosa, ressaltou que o Governo do Estado vem adotando iniciativas de vanguarda, como, na semana passada, a assinatura do Decreto de Regulamentação da Lei nº 14.341 (Lei Moa do Katendê), que dispõe sobre o Programa de Salvaguarda e Incentivo da Capoeira no Estado Bahia e o lançamento do Programa Capoeira nas Escolas, além da assinatura da Resolução CEE n° 97/2024, que visa a inclusão do ensino da História e Cultura Afro-brasileira, Africana, Indígena e Quilombola nos currículos de todas as instituições de ensino da Educação Básica da Bahia, com um componente curricular específico e carga horária mínima.
“Estamos vivendo um momento em que muitas iniciativas convergem para que a gente tenha essa escola muito mais próxima da realidade da maioria dos estudantes, fruto da luta histórica dos movimentos negros. Precisamos ter uma compreensão mais profunda do legado africano para as civilizações humanas e para a gente ter um estudante com muito melhor formação social, crítica e antirracista, que vai impulsionar também sua posição perante a sociedade”, avalia. Essa coletânea vem a somar no combate ao racismo estrutural”, afirma Barbosa.
Para a secretária Ângela Guimarães, titular da Sepromi, presente ao evento, a coleção da Unesco em parceria com o Ministério da Cultura, marca a retomada e ampliação do debate público sobre a importância das referências teóricas, sociais, econômicas e culturais do continente-mãe do mundo. “Não é uma tradição termos acesso a disciplinas que pautem a história, a cultura afro-brasileira e africana nas universidades. Por isso a sua importância para professores, coordenadores e diretores, como instrumento para aprofundarmos a implementação das diretrizes para a Educação”, avaliou. Participaram, ainda, da roda de conversa, o assessor especial da SEC, Manoel Calazans; representando a Universidade do Estado da Bahia (Uneb), a professora Irê Silva; Lázaro Cunha, do Instituto Steve Bike; o professor Valter Silvério, da Universidade Federal de São Carlos/SP e Anderson Passos, da Undime.
Sobre a obra - A coletânea corrige o desconhecimento sobre a história africana, abrangendo 68 capítulos que exploram desde a antiguidade até a atualidade. O volume 10, por exemplo, discute temas como a resistência, a espiritualidade, as línguas, e o retorno à África. Com narrativas sobre africanos e afrodescendentes, a obra oferece uma perspectiva mais profunda para um entendimento antirracista e crítico da história.