A greve dos professores da rede municipal de ensino de Bom Jesus da Lapa, no Oeste baiano, completa 12 dias, sem dar sinais de que caminha para o fim. Pelo contrário, o movimento tem ganhado força, com a realização de vários atos pacíficos pelas ruas da cidade.
A categoria reivindica 33,24% de reajuste do piso salarial, concedidos pelo governo federal, mas não repassados pela prefeitura, mesmo a verba já estando disponível nos cofres do Município. O prefeito Fábio Nunes apresentou proposta concedendo apenas 10,06% de aumento, assim mesmo condicionando o pagamento a um projeto que inclui outras categorias, como garis e servidores da Saúde, que possuem regulamentos distintos.
Sem acordo, o gestor municipal não levou nenhuma outra proposta à mesa de negociação, contribuindo para a manutenção do movimento que deixa professores e alunos fora das salas de aula, nesse momento de retomada às atividades presenciais. A greve conta com o apoio dos pais de estudantes que compreendem que a valorização profissional é imprescindível para garantir a qualidade da educação dos seus filhos.
“Após dois anos longe das salas de aulas, por causa da pandemia, agora seria a hora de o governo priorizar a educação, valorizando o professor, com salário digno e boa condição de trabalho. Mas educação de qualidade e a formação de pessoas com consciência política parece não interessar o prefeito”, protesta a coordenação da APLB-Sindicato, Lapa.