Bahia

MAIQUINIQUE: Transexual recebe 7 facadas e é agredida em hospital

Policia já tem a identidade dos (as) agressores (ras) C/ informações Itapetinga Repórter e G1
Da Redação , Salvador | 17/10/2016 às 21:53
Natylla no chão sendo agredida
Foto: Itapetinga Repórter
   O delegado titular de Macarani, Irineu Alves Andrade,  que também responde por Maiquinique,  esteve no Hospital Cristo Redentor em Itapetinga,  no Sudoeste da Bahia,  onde a transexual  Nátylla Mota Barreto, de 21 anos,  esteve internada. O delegado colheu informações para dar início às investigações do caso. A vítima foi atingida por 7 facadas durante uma comemoração política na cidade de Maiquinique,  na madrugada do último domingo.crin

    Socorrida por amigos e familiares para o hospital municipal da cidade,  Nátyla continuou sendo agredida fisicamente e verbalmente no interior da unidade de saúde. O presidente do movimento LGBT concedeu entrevista no Programa Chicote do Povo, da Rádio Jornal de Itapetinga,  repudiou ocorrido e deu detalhes do caso,  acrescentando  que todas as providências estão sendo tomadas.

   Ainda segundo Luciano,  o grupo LGBT pretende fazer uma manifestação nos próximos dias juntamente com o grupo LGBT de Vitória da Conquista. O estado de saúde da vítima é considerado estável.

REPERCUSSÃO NACIONAL NO G1

Uma transexual de 21 anos foi esfaqueada após uma discussão com um grupo na cidade de Maiquinique, na região sul da Bahia, no domingo (16). A vítima ainda aparece em um vídeo que circula em redes sociais sendo agredida por uma das suspeitas dentro de um hospital para onde foi se arrastando procurar atendimento. A informação foi divulgada ao G1 pela Polícia Civil da cidade, nesta segunda-feira (17).

De acordo com o delegado Irineu Andrade, que apura o caso, o vídeo ajudou a polícia a identificar, até agora, três suspeitos de envolvimento nas agressões, entre eles a mulher que aparece nas imagens dando um tapa e um chute na cara da vítima dentro da unidade médica. O marido da suspeita também é investigado pela agressão.

Nas imagens que circulam na internet, a transexual aparece ensaguentada e grita por ajuda. Segundo a polícia, a vítima foi esfaqueada e agredidas com chutes na Praça Willian Valadão, no centro da cidade. Um casal de namorados é suspeitos de estar envolvido nas agressões. A mulher é a que aparece no vídeo.

"A transexual estava andando de mãos dadas pela praça com o companheiro e os dois passaram por um lugar onde estava o casal e outras pessoas. As pessoas começaram a hostilizá-los e pediram para eles saírem dali porque era um local de família. A transexual revidou, xingou o grupo e houve bate-boca. Depois, a transexual saiu do local com o companheiro e, em seguida, passou pelo mesmo local sozinha. Foi quando o grupo a interceptou", disse o delegado.

"Houve uma emboscada. O homem desferiu facadas na transexual e, depois, a vítima caiu no chão. Depois, o homem passou a faca para a mulher que também golpeou a vítima com duas ou três facadas. Alguns amigos do casal também se envolveram nas agressões", disse Irineu Andrade.

Bastante ferida, a transexual conseguiu se arrastar até o hospital municipal da cidade, segundo a polícia, mas foi seguida e já dentro da unidade médica continuou sendo agredida. "A mulher seguiu ela e agrediu dentro do hospital quando a vítima estava esperando por atendimento. Alguém filmou isso e o vídeo agora está circulando nas redes sociais. Por meio desse vídeo, a gente conseguiu identificar a suspeita e, depois, chegamos ao marido dela e uma das amigas, que estão sendo procuradas", destacou.

O delegado informou que já ouviu algumas testemunhas e a transexual que foi vítima das agressões, que recebeu alta na manhã desta segunda após ser transferida para um hospital de Itapetinga, cidade onde nasceu. Para o investigador, tudo leva a crer que a motivação do crime foi homofóbica. Até agora, ninguém foi preso.