O fogo ainda atinge a região como o Morro do Pai Inácio e o Morro Branco, no Vale do Capão
Tasso Franco , da redação em Salvador |
17/11/2015 às 19:22
A impressionante destruição da mata na Chapada Diamantina
Foto: GC
De norte a sul o Parque Nacional da Chapada Diamantina está queimando descontroladamente e a situação catastrófica já é vista como uma das piores que a região enfrentou. De acordo com brigadistas voluntários contatados pelo Jornal da Chapada, as chamas já consumiram mais de 9 mil hectares de mata. Parte da Área de Proteção Ambiental (APA Marimbus) de Iraquara está queimando há vários dias.
O presidente dos Combatentes de Incêndios Florestais de Andaraí (Cifa), Homero Vieira, informou, nesta terça-feira (17), dados recentes dos combates na região de Mucugê, onde atuam brigadistas em duas frentes. O fogo ainda atinge áreas como a região do Morro do Pai Inácio (na divisa entre Lençóis e Palmeiras), Morro Branco (Vale do Capão, em Palmeiras) e localidades de Seabra.
“Combatemos duas frentes, mas tem uma linha que está indo em direção do Projeto Sempre Viva e o Gerais do Machobombo. Voluntários atuam para tentar debelar essa linha. Estarei em Mucugê durante a noite levando outra equipe para combate. Entre todos os focos, o prejuízo na região vai muito além de 9 mil hectares, mas estou confiante que aqui no lado sul da Chapada conseguiremos o controle. No entanto, não é uma garantia, pois o fogo ainda está grande e com acesso bastante difícil, mas temos que atacar com determinação e acreditando no trabalho. As equipes estão exaustas”, aponta Homero Vieira.
A Cifa convocou a brigada de Barra da Estiva para ajudar nos combates e deve chegar ainda nesta terça-feira (17). A atuação em Mucugê conta apenas com a atuação de voluntários e a Brigada do Prevfogo Rosely Nunes. “Hoje vou me reunir com os lideres das brigadas para elaborarmos a melhor estratégia a ser usada nesse momento, onde todos estão bastante cansados de tantos combates. Aproveito para agradecer todo apoio que a comunidade civil tem dado às brigadas doando desde alimentação à material de proteção”, completa Vieira.
O presidente dos combatentes ainda lamenta a situação e volta a criticar as ações institucionais. “Sinto pelo descaso e desrespeito do governo para com a natureza e os brigadistas. A gestão fala que já gastou R$ 6 milhões, mas a perda aqui é incalculável e os danos causados por esta catástrofe também”.
IBICOARA
O município de Ibicoara também segue monitorando o fogo, que foi controlado na segunda-feira (16), depois de intenso trabalho dos brigadistas voluntários. Segundo informações enviadas ao Jornal da Chapada, houve um outro foco no sentido oeste da cidade, mas até então foi controlado. O fogo em Ibicoara começou há 17 dias próximo ao Campo Redondo, após ser debelado, as chamas atingiram a região do Vale do Lacrau, onde atuava até o controle desta segunda.
“É triste ver animais e plantas serem queimados por ignorância. A Chapada está em chamas, fogo causado pelo homem. É difícil ver nosso bem mais precioso se tornando cinzas. A Chapada só está em chamas simplesmente por não ter um plano estratégico de prevenção ou porque os governantes não acham necessário ter brigadas de prontidão o ano todo ou no período de seca”, aponta a comunicóloga Tayne Luz, em rede social.