É o maior desastre ecológico já ocorrido na Bahia
Jornal da Chapada , Itaberaba |
17/11/2015 às 12:24
Mais de 3 mil hectares de destruição
Foto: Açony Santos
Cada vez mais frequentes na região, os incêndios florestais ocorrem por ausência de políticas específicas, como investigação das causas, educação ambiental, monitoramento preventivo e falta de apoio às brigadas voluntárias. Há pelo menos 12 dias, o fogo atinge diversas regiões do Parque Nacional da Chapada Diamantina (PNCD). Mais de 3 mil hectares já foram queimados, de acordo com levantamento feito pela Brigada de Resgate Ambiental de Lençóis (BRAL), via imagem de satélite e observação. A situação continua se agravando. Diante da situação definida como dramática, a BRAL cobra do poder público que medidas preventivas sejam tomadas para evitar os incêndios, que nos últimos anos tornam-se cada vez mais frequentes.
“Atualmente, observamos incêndios anuais, bienais ou trienais em áreas onde ocorria a queimada natural a cada 30, 40 ou 100 anos”, constata Diego Serrano, engenheiro florestal e representante da BRAL no conselho municipal de meio ambiente. Para ele, “o fogo natural, que ocorre no período das chuvas decorrente dos raios, é um fator, no entanto, o que vem ocorrendo na região do PNCD é um impressionante aumento na frequência e na recorrência desses eventos, devido a causas não naturais ou ao fogo antrópico (causado por humanos). E esse aumento tem se mostrado muito superior à capacidade de recuperação dos ecossistemas afetados”.
A Brigada atua há 15 anos de forma voluntária no combate a incêndios florestais na região e, neste momento, já mobilizou mais de cem moradores no combate. Por isso, defende três pontos fundamentais que precisam ser discutidos para evitar novos danos ao meio ambiente: investigar e reprimir as causas; investir em monitoramento e dar apoio efetivo para as brigadas. É necessário chamar a atenção para os problemas estruturais que envolvem a questão.