Levantamento da fauna na Ilha de Itaparica identificou que 48% das espécies registradas são pássaros. Além das aves lá residentes, o estudo revelou que diversas espécies utilizam os manguezais e litoral da ilha na sua rota migratória. As garças-brancas, por exemplo, são comuns nas áreas de manguezais. Na pesquisa foram realizadas amostragens em 15 diferentes pontos, em dois momentos distintos, nas estações de seca e chuvosa. Nenhuma espécie constante das listas oficiais da fauna passível de ameaça de extinção foi observada na área de estudo.

Essas informações constam do Relatório de Impacto Ambiental (Rima) do Sistema Viário Oeste (SVO), do qual faz parte a construção da ponte Salvador - Ilha de Itaparica, projeto coordenado pela Secretária do Planejamento (Seplan). O Rima, juntamente com o Estudo de Impacto Ambiental (EIA) se encontra disponível para consulta pela sociedade desde o dia 4 de setembro. Três audiências públicas serão realizadas na segunda quinzena de outubro, nos municípios de Salvador, Itaparica e Vera Cruz.

O estudo do meio biótico contemplou informações sobre a composição, estrutura e função ecológica dos seres vivos predominantes na área de influência do empreendimento. Os pontos de coleta de dados foram distribuídos de maneira que representassem as diferentes fisionomias vegetais, remanescentes de floresta, restingas e manguezais, como habitat da fauna, nas Áreas de Influência, situadas entre os municípios de Itaparica e Vera Cruz, de modo a caracterizar toda a paisagem.

As áreas de influência do empreendimento abrangem os municípios de Itaparica, Vera Cruz e Salvador e estão inseridas no bioma (conjunto de espécies) da Mata Atlântica (vegetação que se desenvolve ao longo do litoral brasileiro) e seus ecossistemas associados, como a vegetação de restinga (vegetação próxima a praia, geralmente arenosa) e a de manguezal.

LICENCIAMENTO – A Avaliação de Impacto Ambiental é um processo que visa gerar as informações necessárias à tomada de decisões pelo poder público quanto à viabilidade ambiental de um empreendimento ou atividade, comparando-se alternativas tecnológicas e de localização do projeto.

A finalidade do licenciamento ambiental é avaliar a intervenção proposta, sob o ponto de vista da localização, implantação e operação, conforme cada caso, para que se garanta a não geração de danos ambientais ou que eles ocorram no menor grau possível e com as devidas medidas de recuperação e de compensação.

O licenciamento ambiental acontece em três fases. A primeira delas, na qual se encontra o projeto do SVO, é a análise de viabilidade socioambiental do projeto e elaboração do Estudo de Impacto Ambiental (EIA) e respectivo Relatório de Impacto Ambiental (Rima), para subsidiar a emissão da Licença Prévia pelo Inema.

Num segundo estágio, é solicitada a Licença de Implantação, que permitirá a construção do empreendimento, e que somente será emitida a partir da elaboração e aprovação, pelo órgão ambiental, dos planos e programas definidos no EIA/Rima.

Na terceira etapa, após a construção do empreendimento, é solicitada a Licença de Operação, que permitirá a utilização do sistema viários pela comunidade.