Mauro Cardim
05/06/2019 às 22:07
O Rio Joanes passa por sete municípios da Região Metropolitana de Salvador e é responsável pelo abastecimento de cerca de 40% da água que cai nas torneiras das casas de Salvador, Lauro de Freitas e Simões Filhotes. Apesar disso, a situação em que se encontra a bacia requer atenção e cuidado.
Ele é alvo de degradação desde a nascente, em São Francisco do Conde, à foz, em Lauro de Freitas. Problemas como ocupação irregular, falta de saneamento básico, lançamento de esgoto e poluição têm afetado a vida do Rio Joanes.
Vivemos com a constante ameaça de escassez de água no planeta. Segundo a Organização das Nações Unidas (ONU), estima-se que um bilhão de pessoas carecem de acesso a um abastecimento de água suficiente, definido como uma fonte que possa fornecer 20 litros por pessoa por dia a uma distância não superior a mil metros.
Essas fontes incluem ligações domésticas, fontes públicas, fossos, poços e nascentes protegidos e a coleta de águas pluviais. Além disso, a ONU aponta que até 2050 existe a possibilidade de que 70% da população esteja vivendo nos centros urbanos, aumentando em 50% a demanda de água e outros serviços.
Precisamos enfrentar esta dura realidade, e na tentativa de salvar a Bacia do Rio Joanes, será realizado em Salvador a 2ª Edição do SOS Rio Joanes. Ainda não há uma data definida, mas será realizado em julho.
O seminário tem o objetivo de alertar a sociedade baiana sobre a situação atual da Bacia do Rio Joanes, na amplitude do seu impacto ambiental, econômico e social, para assim traçar diagnósticos e soluções.
Iremos reunir especialistas, ambientalistas e técnicos renomados no assunto, além de autoridades do Estado.
Na 1ª Edição do SOS Rio Joanes, realizado em abril do ano passado, foi elaborada uma carta em que frisamos a necessidade de um processo prévio de planejamento para lidar com as diversas questões associadas à revitalização da Bacia Hidrográfica do rio Joanes. A Carta SOS Rio Joanes foi entregue ao então ministro do Meio Ambiente, Eduardo Duarte.
O caminho da revitalização precisa passar por especialistas, autoridades, ambientalistas, acadêmicos, empresários, ONGs, OSCIPs e lideranças comunitárias, Ministério Público e imprensa.
Sabemos que é um trabalho árduo, difícil, mas pleiteamos uma agenda para revitalizá-lo.
Queremos a união de todos os secretários, prefeitos e o Governo Estadual para juntos salvarmos o Rio Joanes. É possível.