NEM SEMPRE SERÃO FLORES; ÀS VEZES SERÁ CONCRETO, p BLUMA HAUSSWOLFF BLUMA HAUSSWOLFF é esc

Bluma Hausswolf
21/05/2019 às 10:56
(Flores e Concretos) 

Nem sempre serão flores. 
Às vezes será concreto. 
Outras, grama. Chão de terra batida. 
Piso frio de apartamento. 
Dureza de asfalto quente.
Nem sempre porque nem sempre, como diria Amarante. A vida oscila, inunda, alivia. Fica caótica, esmaece. Não tem segredo. Não dá para buscar a felicidade em uma perspectiva linear, nunca deu. Mas dá pra buscar, mais ou menos, a linearidade na aceitação dessa ideia. Aceitação essa que nada tem a ver com resignação, com apatia. Aceitação que tem a ver com certa confiança no dia seguinte. Com contornar as pedras do caminho como se a sua estrutura fosse feita de ar. Leve, muito leve. ⠀
Só aceite.
Não porque ao aceitar, vá doer menos. Mas porque existe algo de mais inteligente, de mais de mais elegante, até, na observação do incômodo do que na angústia cega por conta dele. É como colocar a si mesmo em uma posição mais respeitável; em uma colina acima do mar, assistindo e dando conta das embarcações que vêm e vão. Uma hora chega um sentimento, outra hora, outro. Alguns se vão pela própria correnteza da maré, outros atracam na superfície. Qual merece a importância de que você desça e cumprimente os marinheiros? O que é navio pirata e faz com que você realmente precise lutar? O que não é nada? ⠀
Só aceite.
Filtre e aceite. O fluxo da maré e suas embarcações imita o fluxo da vida e suas teias de possibilidades infinitas. Problemas se tornam soluções; soluções nos levam à problemas; catástrofes vêm para renovar tudo. Quem pode dizer o que é, daquilo que veio? ⠀
Só aceite. Até porque, ainda filosofando sobre a maré: ela sempre muda.