Claudio Silva
29/03/2017 às 14:35
No dia 29 de Março Salvador completa 468 anos de existência. Dona de uma gloriosa história, foi outrora o maior porto das Américas e primeira capital do Brasil. Transformada em Patrimônio da Humanidade através de reconhecimento da UNESCO, conta com um dos mais ricos acervos arquitetônico-histórico-cultural do Brasil.
Figurando entre as maiores cidades do país, tem também regiões com arquitetura moderna e 70 km de praias, mas convive com fortes traços de desordenamento urbano devido ao déficit habitacional causado pela dívida histórica que este país tem com as classes menos favorecidas.
E neste momento difícil que o Brasil atravessa um dos desafios é lutar para as famílias soteropolitanas possam afastar definitivamente o fantasma do desemprego.
A cidade necessita de um pacto entre o poder Público, sociedade civil organizada e iniciativa privada erguendo a bandeira “Todos contra a crise”. Salvador, assim como as outras metrópoles brasileiras, precisa reagir. Afinal, o desemprego, por exemplo, não é uma mazela só de Salvador. Os números na Região Metropolitana apontam 18% taxa de desemprego. Ou seja, em uma população de três milhões de pessoas, o número de desempregados é assustador.
É preciso fazer um pacto para ter novamente nos empresários parceiros na geração de empregos.
Faz-se necessário incentivar os pequenos arranjos produtivos; a chamada economia criativa. Quantas pessoas conheciam as Ganhadeiras de Itapuã antes das Olimpíadas de 2016? Uma manifestação cultural que inserida em um processo produtivo estimula a geração de renda. Temos que pensar no turismo não apenas em relação às festas e à praia e sol, mas envolvendo as múltiplas riquezas da nossa rica cultura popular. É preciso também incentivar o turismo de negócios, que precisa ser mais ativo. Resgatar a pujança de um tempo em que nosso Centro de Convenções era buscado nacionalmente.
A cidade precisa ser pujante, produtiva. E, ao lado do fomento aos pequenos arranjos produtivos, para fazer face a um mercado de trabalho mudou, é necessário o incentivo ao empreendedorismo. Afinal, convivemos com esse cenário de desemprego diante da realidade de aumento da população versus a utilização das tecnologias nas empresas em processos que antes eram desenvolvidos por seres humanos.
Uma ação importante que se pode adotar é a criação dos chamados mini shoppings de praça, onde é possível colocar comerciantes obedecendo uma disciplina e ordenamento de qual comércio vai ser realizado naquele local. Multipliquemos a iniciativa nas praças de Salvador e equipamentos como estes serão fortes aliados no combate ao desemprego e organização do comércio informal.
Essas são algumas sugestões para o enfrentamento desta grave e importante questão. O caminho, creio, é nos conscientizarmos que somos parte dos problemas e, principalmente, das soluções.
Esse é um dos exemplos de desafios da nossa metrópole nesta segunda década do século XXI.
O que a população deseja é uma cidade mais humana e solidária. Nós somos Salvador e Salvador somos nós. Atitudes cidadãs. Esse é o presente que a cidade do Salvador espera de nós. Feliz Aniversário, Cidade da Bahia!