Fernando Conceição
13/02/2016 às 10:57
A IMPRENSA LIVRE é muito chata. Principalmente em países de língua portuguesa, como Brasil ou Angola.
Agora mesmo fica destilando à exaustão um preconceito. Divulga as investigações judiciais, policiais e do Ministério Público que têm por alvo um “filho da pobreza” dessa terra tão desigual.
Causa estranheza a essa mídia a serviço “da zelite“, o fato de um ex-metalúrgico ser bem-sucedido na vida.
Migrante de uma região na qual campeiam a fome, a miséria e as oligarquias nefastas, não é pecado vir ele querer ser proprietário de um apartamento triplex defronte ao mar do litoral paulista. Informe-se clicando aqui.
O próprio Obama, dos Estados Unidos, em 2009 disse dele: That´s my man (Este é o cara!). Elogio, verdadeiro ou interesseiro, seguido de I love this guy, como pode-se ver no vídeo a seguir.
Que mal há se esse mesmo ex-metalúrgico, encarnando o que se diz ser o “operariado brasileiro”, é useiro e vezeiro de um sítio bacana localizado no interior também de São Paulo?
Gente humilde, como aquele ex-metalúrgico, não pode ter um triplex? Ou seu próprio jardim do éden no meio do mato? Não tem direito a adquirir hábitos de nababo?*
Bernard Shaw escreveu Solcialismo para Milionários, opúsculo em defesa de pobres diabos como os filantropos donos de empreiteiras
Não tem direito a cair nas graças de milionários, dispostos a presenteá-lo com mimos desse quilate?
Estimam as investigações que os mimos, nos dois casos, saíram por quase R$ 2 milhões (US$ 500.000,00 na cotação do dia). Nem um centavo de seu bolso lhe foi cobrado.
E fica a mídia condenando os pobres diabos, leitores de Bernard Shaw (1856-1950). Associando-os, ora vejam, à corrupção na Petrobras e blablablá…
O ex-metalúrgico foi vítima, coitadinho, da bondade dos parceiros milionários.
Seus nababescos hábitos foram pagos por bons companheiros, donos de duas das maiores empreiteiras privadas que mantêm contratos com governos. No Brasil e Angola.
Ou pagos, como manda a lei, diretamente pelo erário. Clique aqui para ler. Dinheiro arrecadado com o suor de todos, em impostos descontados compulsoriamente.
Principalmente taxado ao operariado. Ou os beneficiados com bolsas assistenciais anabolizadas quando o ex-metalúrgico ocupou a cadeira de Presidente dessa República da Desigualdade Social.
Eleito que foi para mudar a história do país, Lula preferiria mudar-se para Atibaia e para o Guarujá.
Mudou, isto sim, a história dele e dos seus. Família e partido. Os quais institucionalmente no Brasil, lembra-nos Sérgio Buarque de Holanda (Raízes do Brasil), são quase sempre uma e mesmíssima coisa.
Que inveja do ex-presidente da República, Luiz Inácio Lula da Silva!
Inveja minha e de milhões de filhos ou ex-filhos da miséria. Eu que, sentindo o aperto das contas a pagar com o que ganho, estou prestes a ficar “louco”. Ao menos, acusam os que ouvem minhas queixas nesses tempos de crise econômica.
Crise advinda, em seus grau e volume, da má gestão dessas gentes de dentro do governo à frente do país. Muitos deles, ladrões não apenas das finanças públicas mas das consciências alheias.
Enlouquecemos nós, os imbecis pagantes. É bom lembrar: o presidente da empreiteira Odebrecht, Marcelo Odebrecht, jamais ouviu falar de Fernando Conceição – quem?!
Tampouco sou daqueles que, como Lula, ajoelha-se para agradecer a Léo Pinheiro, presidente da empreiteira OAS: Obrigado Amigo Socialista!
E pensar que ambos, Marcelo, hoje encarcerado numa prisão em Curitiba à espera do ex-operário, e Léo, já condenado a 16 anos de prisão, são baianos. Como eu e suas empresas.
Lula nega tudo e todas as evidências. Com a cara de pau de sempre.
A culpa é da mídia, do sistema (político e capitalista). Como reza a cartilha da companheirada!
* (nababo – na.ba.bo. sm (hind navab do ár nuwab) 1 Vice-rei nomeado pelo grão-mogol. 2 Indivíduo muito rico; aquele que vive na opulência e no fausto. 3 Príncipe ou governador de província na Índia muçulmana).