Waldir Barbosa
25/12/2015 às 19:01
Dia destes assisti mensagem forte abordando conduta indevida no dirigir, capaz de acarretar trágicos resultados. Nela, alegres crianças deixam sala de aulas seguindo para piquenique, em bosque lindo, de vegetação imponente, adornado por regato onde correm águas translúcidas, ao sair, garoto guarda no bolso da calça carrinho azul. O fundo musical, Sweet Child O'Mine, de refrão, Where do we go now - para onde vamos agora.
Observam a natureza, brincam em volta de árvores seculares forjando sonhos nas suas mentes pueris, com vistas ao futuro de realizações alvissareiras. Enfim, se acomodam num grande tapete sobre a relva, risos soltos, rostos leves, desprovidos de maus propósitos, mentes puras, corpos sadios, almas imaculadas. O menino faz correr no carpete, o brinquedo que guardara.
Enquanto isto, jovem finaliza apressado a primeira refeição e assume volante de veículo, por provável, capaz de levá-lo ao trabalho, partindo célere. O pequeno automóvel sobre alfombra na relva, réplica daquele que avança em disparada pela estrada beirando a floresta. De inopino, dito motorista imprudente perde controle do veículo, a condução tomba voando sobre a mureta que separa a estrada do bosque e se projeta sobre o grupo de crianças, reduzindo-as a pó.
Viajo. Vejo os indigitados infantes representando a sociedade que deposita a cada dois anos, nos ombros dos que escolhem para governar, dos que apontam no sentido de legislar, suas esperanças de realizações e transformações. Nos devaneios, apostam possam os eleitos construir uma sociedade mais justa, fundada em educação profícua, saúde por excelência e segurança real. Por seu turno, o condutor ostenta as vestes do executivo, embora seja factível lhe por os mantos de quem legisla e dos indicados para julgar em instâncias maiores, afinal, na qualidade e exequibilidade das leis, a possibilidade de gerir bem, Municípios, Estados, como de resto o País.
Decerto, administrações desastrosas, leis forjadas ao arrepio de interesses comuns votadas no talante de vontades menores, decisões que criam julgados parciais, são veículos mal conduzidos. Desgovernados, sacrificam vidas, por imprudência, negligência, imperícia, na maioria das vezes, por dolo, sendo responsáveis pelas crianças que não nascem, jovens que não se criam, adultos sem oportunidades, anciãos mal assistidos.
Apesar do cinismo de tantos políticos apanhados com a boca na botija, posando inocência, muitos presos por conta de provas incontestes, penso justo estender censuras a homens públicos de antanho, mesmo porque, a alma natalina não autoriza críticas partidárias, impõe o exercício da justiça e a convicção da esperança, na energia do Espírito que resgata.
Equívocos dos influentes são antigos, todavia, isto não justifica erros dos atuais que surfam na onda do poder, do qual não desejam sair da crista apesar de haver demonstrado, no mínimo, total incompetência nos cargos. Ademais, pecaram de forma capital criticando ações dos adversários nos discursos, pois, ao deixar de ser bigorna, se tornando martelos, não urdiram as verdades prometidas, ao revés, maximizaram erros antigos censurados nas campanhas.
Não se pode ficar somente em cima do Moro, confiantes apenas nas instituições serias que cumprem seu dever. Há que descer dos muros onde balançam fracos e tendenciosos, afinal, a nação espera através da sociedade organizada, da imprensa, dos legisladores, dos magistrados, enfim de todos os homens de boa vontade que cada um cumpra seu dever. Nesta época, a Estrela Guia volta brilhar no céu e a Boa Nova anunciada pela Criança que redimiu o mundo decerto virá, em forma de ética, moralidade, dignidade e fraternidade.
Feliz Natal, um Novo Ano Iluminado.
Dezembro, 2105