Hendrik Aquino
22/11/2015 às 18:19
As obras para construção da Via Metropolitana seguem de forma acelerada e silenciosa para a grande mídia e, portanto, longe dos olhos da grande maioria da população.
Orçada em R$220 milhões e tendo como principal justificativa desafogar o trânsito da Avenida Santos Dumont (BA 099), mais conhecida como Estrada do Coco, a obra está atravessando o município de Lauro de Freitas e devastando uma rica área de mata no bairro do Quingoma, onde ainda vive uma comunidade Quilombola. Moradores dos bairros de Capelão, Parque São Paulo e outros estão sendo procurados para venderem suas casas, enquanto assistimos indignados, notícias sobre os atentados em Paris, a dramática situação do rompimento da barragem em Minas Gerais e o incêndio na Chapada, na Bahia.
Estamos cientes dos danos causados com a retirada da vegetação em áreas de preservação permanente para dar lugar a mais uma estrada? Que impactos sofreremos com a morte e captura de espécies vulneráveis e ameaçadas de extinção? E os prejuízos nas áreas de manguezal e outras dentro da Área de Preservação Ambiental (APA) Joanes/Ipitanga?
O bairro do Quingoma é o pulmão de Lauro de Freitas, devido a grande riqueza da flora. Substituir a mata por asfalto, concreto e aço nos dará prejuízos irreversíveis, levando Lauro de Freitas a um caminho negativo e sem volta. A especulação imobiliária naquela região, ampliará os problemas que hoje ainda não estão sendo solucionados nas áreas centrais e mais povoadas da cidade.
É necessário interromper imediatamente as obras e estudar outras formas de solucionar a questão dos engarrafamentos. O metrô, por exemplo, poderia chegar ao bairro de Portão. A implementação de
istema cicloviário poderia garantir mais segurança aos ciclistas, estimulando o uso da bicicleta. A revisão do sistema de transporte público se faz cada dia mais necessária mas, para isto, os mais sensíveis às questões ambientais precisam se organizar melhor e ampliar o acesso a informação, fazendo com que a população aprenda e opine sobre questões sérias, ainda hoje deixadas de lado e só lembradas após grandes tragédias.