João Jorge
06/09/2015 às 10:56
Mais que uma celebração do Samba Reggae, o Olodum vai a New York nos Estados Unidos da América comemorar a história de uma banda do Maciel Pelourinho, na principal cidade americana que recebeu a banda Olodum em 1990, para uma programa de TV com Paul Simon após a gravação de uma música e um clip entre o cantor americano e a banda musical do bloco afro.
A história deste encontro entre um grupo afro do centro histórico de Salvador e a grande maçã como New York é chamada começou um pouco antes, quando Arto Lindsay nos apresentou a senhora Verna Gills com um convite para o Festival de arte de New York no Central Park em 1991, fiquei na época meio na dúvida, possuíamos muitas ideias sobre o capitalismo e os EUA, então Joel Rufino historiador do Rio de Janeiro me disse, o Olodum deve ir aos Estados Unidos aprender mais e expandir a luta , confirmamos o convite feito para o Festival de Arte de New York.
A vida escreve certo por linhas tortas, Paul Simon veio a Bahia e no Pelourinho gravou com Neguinho do Samba o áudio e um vídeo de Obvius Child e nos convidou para em novembro fazer a TV HBO para os Estados Unidos em Canadá, chegamos em New York cheios de ideias e alegrias, e após o programa de TV, Paul Simon no escritório perguntou o que queríamos fazer em New York. Sugeri visitar Spike Lee o principal cineasta afro americano no Brooklin, pois havíamos feito um jornal com um texto do filme dele, cujo título era assim Negritude faça a coisa certa.
Paul Simon ligou para ele e fomos alegres a sua loja fizemos compras, e o convidamos para visitar o Pelourinho e fazer algo conosco dizendo que éramos do movimento negro, e que o Brasil tinha a segunda população negra do mundo etc etc.. Voltamos a New York, por diversas vezes fizemos show no histórico Teatro Apolo no Harlen, tocamos no Festival de Arte da cidade, e finalmente fizemos o grande show do dia 15 de agosto de 1991 em que mais de 750 Mil pessoas viram o Olodum e Paul Simon abrir o evento diante do prefeito negro da cidade.
A presença do Samba Reggae do Olodum, nos Estados Unidos vai comemorar 25 anos, mais de 25 cidades, parceiras como a Universidade da Flórida em Gainsvilles, na Universidade de Los Angeles, UCLA, diversos artistas como Herbbie Hancok e o rei do pop como Michael Jackson internalizaram a luta contra o racismo, e pelo amor ao Pelourinho, a Salvador e a Bahia, nestes 25 anos de Olodum nos Estados Unidos, vários jornais, televisões, fizeram entrevistas e muitos trabalhos acadêmicos investigam a ação é o trabalho cultural social e a militância em prol da paz, cidades importantes receberam o Olodum, New York, Los Angeles, Miami, San Francisco, Atlanta, Detroit, Chigago, Boston, Washington, Denver, Baltimore, Santa Monica, Santa Bárbara, Orlando.
O som batida perfeita consciência social um planeta chamado Olodum, tocou a alma e os corações por onde passamos levando a mensagem a estrangeiros e a Brasileiros, as letras dos compositores viraram poesias e literatura faraônica, as teses pan africanistas d estudiosos afro americanos caribenhos e brasileiros como Abdias Nascimento puderam ser visualizados pela cores, enredos e a fala sobre a igualdade do Olodum nos Estados Unidos da América.
Melhor nos considerarmos uma ponte longe demais, uma travessia invisível para aproximar Times Saqure do Pelourinho, a ponte do Brooklin a Itaparica, a Estátua da Liberdade aos monumentos da Revolta dos Búzios na Praça da Piedade guardada as devidas proporções, no encontro da civilização Olodum com o mundo americano, uma lição ficou e ganhou corpo nestas bodas de prata é possível escutar falar conhecer ensinar aprender com o outro.