Valdir Barbosa
14/07/2014 às 11:44
Depois da pífia apresentação feita pela Seleção Brasileira em toda a Copa restou, na semifinal, a derrota humilhante contra a Alemanha e a confirmação, frente a Holanda, de que os sete a um não foi mero apagão, como disse Scolari.
Sob comando de “Filipão”, o Palmeiras caiu para a segunda divisão do campeonato brasileiro, contudo, foi escolhido para comandar a equipe nacional que disputou este campeonato findando, para nós, com ares de profunda melancolia. Não se argua acerca de vitórias anteriores, quando dirigiu o Brasil em 2002, Portugal em seguida. Daí em diante, sua “scolaridade” não reciclou, na busca de conhecimento, das táticas e técnicas aplicadas pelos treinadores atualizados.
Frise-se, na Copa das Confederações saiu vitorioso e eufóricos pela conquista, os brasileiros se iludem, certos de arrebatar o hexa. O êxito de 2013 funciona como mar de promessas, nas quais creem os desavisados, que se deixam agradar por prêmios paliativos, como bolsas que não combatem a miséria, nem extinguem a pobreza.
Não se pode enganar sempre e a mão do Soberano atenta a tudo cuida de sacudir para despertar. Na derrota para Alemanha, pelo placar de sete a um - talvez para lembrar o 71, gíria que remete ao falsário, na referencia ao artigo 171 do código penal, que trata de estelionato - e confirmação do fracasso frente a Holanda, por três a zero levamos de dez.
Fica assim o registro do imponderável. A alegria anódina de 2013, mero paliativo, não fez chegar à final tão ansiada, no dia treze, do mês sete, de 2014. Seria a maldição do treze? Ou, do sete - conta do mentiroso - que ao dobro somam quatorze, uma alusão a dobradas mentiras? Incontáveis promessas irrealizadas, neste país maravilhoso, de povo varonil, tão sofrido e guerreiro.
Penso que é preciso aceitar a derrota, até porque, no futebol hão de existir perdedores, ganhadores e a derrota no esporte, como na vida deve servir de exemplo, caminho para superação. Quatro anos à frente, alguns destes mesmos derrotados de hoje poderão ressurgir e empunhar a taça, como fizeram os heróis de 1970, depois de arrasados em 1966, campeões de 1962.
Pergunta-se, porém. Valeu a pena gastar trinta bilhões, saídos dos bolsos deste mesmo povo varonil que chorou nos estádios e ruas, a perda do que seria a Copa do hexa? Pontificaram sim, promessas não cumpridas, como dos aeroportos padrão Fifa, inacabados, transporte de massa qualificado etc.
Ao revés, o que se viu e se vê é o continuísmo da saúde, educação e segurança destroçadas, em contraponto às maravilhosas Arenas feitas a custos exorbitantes, sobre os quais recaem suspeitas fundadas de superfaturamento, muitas delas construídas em Estados onde não há sequer representante local, na elite do futebol brasileiro, a exemplo das Arenas, Nacional, Pantanal, Dunas, Castelão e Amazônia.
Acordo na visão do time brasileiro vaiado, saindo de campo sem direito sequer a medalha e ando na praça. Choro outra vez ao pé do caboclo. Sol entre nuvens brilha intensamente, após chuva forte que ozoniza limpando tudo. Prometo não torcer para Alemanha, quanto mais pela Argentina; queria ver os dois derrotados, porem sei que isto não é possível, nem justo, mesmo lembrando que os alemães realizaram em Cabrália, por conta própria, coisas que governantes brasileiros não fizeram, nas esferas municipal, estadual, ou federal, em seis meses.
Que vença o melhor! Pensando nisto me dirijo de novo ao largo da Vitória. Vou pedir à padroeira que ilumine nosso povo, para que vote certo em outubro, desconfie das promessas vãs e não se contente com migalhas. Do contrário, na próxima Copa da Rússia teremos um país que levou mais quatro anos a andar de costa. Disse dia destes e repito: quem anda de costa não progride.
Encontrei de novo no trajeto, o ambulante. Veio-me com outra. Gritou do outro lado da rua:
Dr. : “Sabe qual a diferença de “Filipão” para Lula?” Aguardei a resposta.
“Filipão assume tudo quanto é erro. O outro, não sabe de nada”.
Tive que rir outra vez.