Nara Franco
28/11/2012 às 21:12
Os defensores do projeto de lei que redistribui os royalties provenientes da produção do petróleo usam de um argumento maniqueísta que joga estados ricos contra estados pobres. É como se Rio de Janeiro e Espírito Santo nadassem em dinheiro, enquanto os outros estados brasileiros penassem na miséria. Como se neles não houvesse riquezas naturais, indústrias e serviços.
Os estados produtores estão sendo vítimas de espoliação. Estão sendo vítimas de um jogo sujo. Estão sendo vítimas de uma política barata. De deputados de olho em votos. De prefeitos que hoje já se mostram incompetentes e que, com mais dinheiro, se tornarão ainda piores. Pois se a intenção fosse boa, a idéia da presidente Dilma de usar os recursos em Educação seria aprovada.
O Rio de Janeiro produz 80% do petróleo brasileiro. Nada mais justo que tenha compensações. São nos municípios fluminenses que estão os trabalhadores desse setor, usufruindo da educação, segurança, saúde e demais serviços públicos. Assim como Carajás produz seus minérios em bens da União. O mesmo se dá com a soja. Por que só redistruir a compensão do petróleo?
Aqueles que querem roubar o Rio de Janeiro não irão estender a mão para Campos ou Macaé se alguma plataforma afundar e derramar litros de petróleo no mar. Nem irão investir nessas cidades para que as pessoas que ali moram tenham qualidade de vida.
Os estados mais "pobres" defendem que esse recurso irá tira-los da miséria. Mas que miséria? E que montante de dinheiro é esse que irá solucionar todos os problemas do Brasil? O Nordeste é a região do Brasil que mais cresce economicamente. Entre 2003 e 2009 cresceu proporcionalmente mais que a economia mundial. Essa mesma região, segundo análise do Escritório Técnico de Estudos Econômicos do Nordeste (Etene), recebeu em 2012 R$ 29 bilhões do Governo Federal.
Erradicar a pobreza do Brasil com a redistribuição dos royalties é como fechar uma hemorragia com um band-aid. É populismo em cima do famoso pré-sal. Esse argumento pode ter elegido a presidente Dilma, mas é injustificável. Fere a Constituição e anlua contratos já assinados. Mancha a imagem do país com investidores estrangeiros e leva a falência o estado do Rio de Janeiro.
Por isso, presidente Dilma, cobre dos governantes do Nordeste mais trabalho e menos choro. Por isso, Dilma, vete essa absurda redistribuição.