A INTERNET, A JUVENTUDE DO BRASIL E COOPERATIVISMO

Geci Pungan
14/06/2011 às 19:01
Foto: FP
Nesse contexto estão so jovens que são os maiores usuários da rede web

"A revolução não acontece quando a sociedade adota novas ferramentas. Acontece quando a sociedade adota novos comportamentos." Clay Shirky

A invenção da roda revolucionou as relações humanas, porque "encurtou" as distâncias, facilitou os contatos e acelerou o desenvolvimento do comercio e a produção industrial. E assim como a roda mudou o mundo antigo a internet é a invenção que está revolucionando o mundo contemporâneo.

Comunicação em tempo real, agilidade e facilidade no ambiente de negócios, informações em quantidades inimagináveis ao alcance da mão de qualquer pessoa que tenha acesso a um computador são algumas possibilidades oferecidas pela internet.

Neste ambiente, em contínua transformação, se criam também novos espaços de relacionamento social, as redes sociais, que são páginas ou sítios da rede mundial de computadores que facilitam a interação entre os membros em diversos locais.

As redes sociais e a Internet são movimentos indissociáveis, nos quais os usuários dispõem da capacidade de apropriar-se das ferramentas disponíveis compondo um espaço onde conhecimentos - científicos ou oriundos do senso comum - crenças, desejos e atitudes podem associar-se em uma mistura livre, sem lugares definidos.

As ferramentas disponíveis nas redes sociais tornam possíveis novas formas de ação coletiva com rapidez impensável em outros tempos. Exemplo destas possibilidades foi a utilização, pelos iranianos, do microblog twitter para denunciar os abusos cometidos contra oposicionistas durante as eleições presidenciais em 2009.

A ampla acessibilidade, inserida na dinâmica "de todos para todos", vem transformando também os relacionamentos profissionais e comerciais. Um número cada vez maior de organizações vem utilizando os recursos das redes sociais para divulgar suas marcas, comercializar seus produtos e, até mesmo, prospectar e selecionar novos talentos profissionais.

Neste contexto é possível perceber que as redes e mídias sociais extrapolam, em muito, o escopo que abarca a diversão e a socialização dos nossos jovens. Tornaram-se ferramentas de trabalho onde a juventude da chamada geração Y[1] desfia seus talentos e habilidades.

Mas... E o cooperativismo???

Pois é, o cooperativismo deve encarar os desafios contidos na utilização da internet e das redes sociais para divulgar sua "marca", seus princípios e objetivos à população jovem. Fazer-se conhecido do público jovem é fundamental para a perpetuação e a expansão do movimento cooperativista.

Segundo um estudo conduzido pelo Ibope, em 2010, mais de 90% dos internautas - predominantemente das classes A, B e C - brasileiros estão cadastrados em pelos menos 1 sítio de relacionamento, situação que evidencia o potencial das redes sociais como elementos de disseminação do ideário e doutrinário do cooperativismo.

Entre as vantagens da utilização, pelo sistema cooperativista, das redes sociais podemos elencar, minimamente, os seguintes itens:

- A criação de um canal de comunicação direta com o usuário aproxima a "imagem institucional" do usuário/cliente;

- A construção de uma presença digital marcante, em um universo sem barreiras geográficas, contribuindo para o fortalecimento da "marca";

- A possibilidade de acompanhar, em tempo real, o que os usuários falam/pensam sobre a organização;

Mídias tipicamente jovens e ativas, as redes sociais têm, entre suas características mais marcantes, o diálogo e o compartilhamento de interesses e informações além, é claro, da velocidade na troca destas informações. Mídia social não é apenas tecnologia, é relacionamento, é juventude em pleno movimento.

[1] Também chamada geração do milénio ou geração da Internet é um conceito sociológico que se refere, segundo alguns autores, aos nascidos após 1980 até meados da década de 1990.

Por Geci Pungan Easycoop Cooperativismo em revista http://www.easycoop.com.br/cooperativismo