Foto: BN |
João Jorge é presidente do Olodum e teve seus direitos impedidos pelo PV |
Sua existência não é um fim em si mesmo e só faz sentido na medida em que sirva para fazer avançar suas idéias e programa na sociedade, transformando concretamente a realidade.
O PV se propõe a desenvolver uma estratégia conjunta e uma ação coordenada em favor do desarmamento, da desnuclearização, do ecodesenvolvimento, da solução negociada dos conflitos e do respeito às liberdades democráticas, justiça social e direitos humanos em todos os países do mundo.
Sou um homem que luta pelos direitos humanos desde a década de 70 quando entrei para o movimento negro, dediquei minha vida a luta contra o racismo e a promoção da igualdade e da diversidade, meus princípios são os mesmos que li no site oficial do PV e em seu estatuto.
Fiquei deslumbrado, embevecido. Sentir-me em uma família que acolhe a diversidade, as minorias, a igualdade, a fraternidade. Ousei em querer candidatar-me ao Senado a fim de representar a população baiana da qual a maioria tem as mesmas raízes que a minha.
Não poderei candidatar-me ao Senado, no momento, visto que o partido assim decidiu; resolvi como homem público, explicar ao meu povo que terei de adiar o sonho de representá-los no Senado Federal, dizer que no momento não será possível, mas nós podemos sim votar e ser votado este é um direito que dispomos e devemos faze-lo para quem é solidário a nossa luta, a nossa causa.
Vivemos em um país democrático mais às vezes temos de adiar nossos objetivos, compreender que o momento é de esperar, sonhar e agir .
Os Negros no Brasil já enfrentaram grandes desafios e continuam a enfrentá-los de cabeça erguida como bem disse alguns membros do PV não há espaço mais para discriminações indiretas.
Quero que o meu povo saiba que, ao filiar-me no PV da Bahia, me sudordinei ao seu estatuto, à direção estadual deste partido que no momento tem outras prioridades que não a igualdade racial e a diversidade humana e cabe a nós a compreensão de que se o PV não me deu a oportunidade de representá-lo temos de respeitar.
Sou um homem do Direito, respeito às leis, os estatutos e respeitarei a vontade do PV e peço-lhes que compreendam este momento como uma oportunidade de aprendizado, uma oportunidade que nos deu a certeza de que Nós podemos!
Nós queremos e nós seremos o que quisermos, pois temos a força das nossas raízes e com ela aprendemos a lutar e nunca desistir. Nossa luta é uma questão de justiça, de oportunidades, de igualdade e que teve seu ponto forte em 1798, com a Revolta dos Búzios, vai continuar para além desta eleição de 2010.
Hoje me licencio do partido para continuar minhas atividades publicas em favor da minha gente e da luta por igualdade, sou um homem do povo da Bahia e junto com eles continuarei a lutar, vou representá-los como e onde for possível.
A luta continua." Há de chegar o tempo em que todos seremos iguais, todos seremos irmãos, " 1798.
*João Jorge Santos Rodrigues.
Presidente do Olodum, militante do movimento social negro, advogado, mestre em Direito Público, Fellow da Ashoka, membro do Advocacy for social Justice.