Parte do crime já foi elucidado com a prisão de um membro do PV, mas Ivanilson continua refém dos sequestradores
O sequestro do presidente do PV na Bahia ganhou dimensão nacional e expôs a violência no Estado no mundo politico com notas de vários deputados e do presidente nacional José Luiz Penna cobrando uma posição do governo do Estado. Por posto, na sexta-feira, no dia em que um ministro do STF e o PGR receberam titulos de cidadãos baianos houve uma tiroteio na Av Paraela, área onde se situa a Assembleia. O governador estava no interior reunido com prefeitos em Itabuna.
Uma parte do sequestro já foi esclarecida com a prisão de um integrante do PV num crime que se configura em disputa interna por dinheiro. Gabriel Luis, secretário do PV BA já confessou envolvimento no crime. O repórter Bruno Wendel, do Correio, revela que há envolvimentos do Comando Vermelho na parada o que dificulta a situação. E esse envolvimento relaciona Gabriel Luis.
Diante das pressões, a presidente da Assembleia, Ivana Bastaos, também cobrou prioridade na apuração do crime, o governador que segue no interior se reuniu com chefes das forças de segurança para ser informado do andamento das investigações
Em nota, a Secom diz que "a reunião (do governador) foi realizada com o secretário Marcelo Werner e o comando das forças policiais, em Jussari, após inauguração de novas unidades de segurança no município".
Ainda segundo a nova, "a prisão de um suspeito de participar do sequestro do presidente do Partido Verde (PV), Ivanilson Gomes, e as novas ações de inteligência para elucidação do crime foram analisadas e discutidas, na tarde deste sábado (15), pelo governador Jerônimo Rodrigues, em reunião com o secretário da Segurança Pública, Marcelo Werner; a delegada-geral da Polícia Civil, Heloísa Brito; e com o comandante-geral da Polícia Militar, coronel Paulo Coutinh"o.
PRESSÃO DO PV
O presidente nacional do PV, José Luiz Penna, divulgou, neste sábado (15), uma nota em que afirma sua “profunda preocupação e indignação” pelo sequestro do correligionário que comanda o partido na Bahia, Ivanilson Gomes, ocorrido na tarde desta última sexta-feira (14). O dirigente partidário manifestou fez “um apelo às autoridades para que atuem com máxima urgência e dedicação, empregando todos os esforços necessários para garantir o resgate seguro de Ivanilson, preservando sua integridade física”.
“O PV reafirma seu repúdio à escalada da violência no Brasil, que diariamente ameaça a segurança da população. O combate à criminalidade deve ser uma prioridade, e exigimos que as instituições competentes ajam com rigor para que este e tantos outros crimes não fiquem impunes. Neste momento difícil, expressamos nossa total solidariedade a ele, à sua família e aos seus amigos. Fazemos um apelo às autoridades para que atuem com máxima urgência e dedicação, empregando todos os esforços necessários para garantir o resgate seguro de Ivanilson, preservando sua integridade física”, frisou Penna em nota.
Membros do partido se manifestam
A nota foi divulgada na conta oficial do PV nacional no Instagram, onde membros da sigla também deixaram mensagens de apoio para a família da vítima do sequestro. “Estamos na torcida por Ivanilson. Nosso apoio também à família e aos verdes da Bahia”, escreveu a conta oficial do PV do Rio de Janeiro.
“Nós, de Mato Grosso do Sul, estamos em oração”, destacou um membro afiliado ao partido.
SECRETÁRIO DO PV PRESO
As investigações sobre o sequestro do presidente do Partido Verde (PV) na Bahia, Ivanilson Gomes, tomaram um novo rumo neste sábado (15) com a prisão de Gabriel Luis, secretário estadual da Juventude do PV. Segundo informações preliminares, Gabriel confessou envolvimento no crime e alegou ter cedido à pressão de traficantes do bairro Nordeste de Amaralina, onde reside.
CORREIO, BRUNO WENDEL
Preso acusado de envolvimento no sequestro do presidente do Partido Verde (PV) da Bahia, Ivanilson Gomes, ocorrido nesta sexta-feira, no Rio Vermelho, o secretário estadual da Juventude do partido, Gabriel Luís, morador do Boqueirão, onde funcionava o "QG" do Comando Vermelho (CV) no Complexo do Nordeste de Amaralina, planejou o crime sem o aval da cúpula da organização criminosa.
"Toda e qualquer ação da facção não acontece sem o consentimento do comando maior. Quando vazou que os sequestradores eram do Nordeste de Amaralina, as lideranças, que não sabiam de nada, começaram a fazer uma varredura na região para localizar a vítima. Inclusive, foi determinado toque de recolher. Tudo indica que estes sequestradores, que seriam do Boqueirão, localidade de Santa Cruz, agiram de forma independente", conta um policial que atua no Complexo do Nordeste, formado pelos bairros de Santa Cruz, Chapada do Rio Vermelho, Vale das Pedrinhas e Nordeste de Amaralina.
Após saber que a cúpula do CV procurava pelos envolvidos no episódio, Gabriel não teve alternativa a não ser se entregar à polícia. A família dele, temendo represália, teria deixado às pressas o complexo.
Ainda nos bastidores da polícia, comenta-se que o secretário estadual da Juventude do partido teria planejado o sequestro após o descumprimento de um acordo por parte de Ivanilson. "Pelo fato de Ivanilson não ter honrado o compromisso, Gabriel sabia que entraria um aporte de R$ 500 mil em espécie naquele dia e, por isso, arquitetou tudo. Como não encontraram a grana, levaram a vítima", conta o policial. Outra versão é de que o funcionário do PV arquitetou tudo porque tinha uma dívida com o CV.
A coluna conversou ainda com duas pessoas da Polícia Civil que estão envolvidas na investigação. Ambas confirmaram a prisão de Gabriel, mas negam que ele seja secretário estadual da Juventude do partido, apesar de a informação constar no perfil do Instagram do acusado. Um dos agentes disse que Gabriel relatou que foi obrigado a deixar o portão da sede do partido aberto para que traficantes do Nordeste de Amaralina tivessem acesso ao local, mas que não sabia identificar quem são os criminosos.