A principal causa é a falta de recursos para se fazer a manutenção de templos grandiosos e com muita madeira
Tasso Franco , da redação em Salvador |
06/02/2025 às 11:12
A causa principal é a falta de manutenção
Foto: Codesal
Todo mundo sabe as causas do desabtamento do teto da igreja de São Francisco, em Salvador: falta de manutenção, velhice das estruturas, infiltrações d'água, e isso vem ocorrendo há anos, há séculos, e as providências tomadas são mínimas e, nesse ponto, o presidente Lula tem razão: tombam sem recursos para manutenção.
O presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) cobrou nesta quinta-feira (6) que o governo federal e os governos locais coloquem dinheiro na restauração de patrimônios tombados. Lula disse ter "uma bronca desse negócio de tombamento" porque o país, segundo ele, não tem cuidado desses bens.
Lula deu as declarações em entrevista a rádios da Bahia. "Eu tenho uma bronca desse negócio de tombamento. Porque em São Paulo, no Rio, em Brasília, você você tomba as coisas, mas quando você faz uma política de tomar um patrimônio público, é preciso colocar dinheiro para manter as coisas", disse.
"Eu vejo um monte de prédio tombado na Bahia, em Pernambuco, no Rio de Janeiro, em São Paulo, e o cidadão que fez o tombamento, que aprovou a lei na Câmara não coloca orçamento para que isso seja conservado. Você tomba, e a coisa vai apodrecendo, vai envelhecendo, vai caindo. Então pra que tombar, se não há responsabilidade de cuidar?", seguiu.
Lula criticou, ainda, a demora para o projeto de reconstrução da Praça dos Três Poderes, no centro de Brasília – que, nas palavras do presidente, foi "desmontada" nos atos golpistas do 8 de janeiro de 2023.
"Leva um ano e meio só para fazer um projeto. É tudo interminável. É tudo complicado", disse.
Lula classificou o tombamento como "um gesto com a humanidade", mas questionou a ausência de orçamento, inclusive, no governo federal.
SOBREVIVENTES DA TRAGÉDIA
Ludmila Steffen Celaschi, também de 26 anos, sofreu um ferimento no supercílio e foi submetida a um procedimento de sutura no Hospital Santa Isabel. Ela permanece internada na unidade para uma nova avaliação nesta quinta-feira, 6, aguardando alta médica.
De acordo com informações da TV Bahia, as outras quatro pessoas feridas foram encaminhadas à UPA dos Barris, passam bem e já receberam alta médica, retornando para suas hospedagens.
O QUE DIZ O IPHAN]
O presidente do Iphan Leandro Grass disse que movimento de danos do instituto não apontou nenhum risco de tragédia iminente.
A condenação foi feita em 13 setembro de 2021, pelo Juiz Federal Ávio Mozar José Ferraz de Novaes, da 12ª vara Cível da Seção Judiciária da Bahia, após a Comunidade Franciscana da Bahia, dona do imóvel, alegar não ter recursos financeiros para a realização das obras emergências, diante de um laudo pericial e em uma inspeção judicial elaborados em julho de 2018, os quais apontaram que o prédio tinha diversos danos estruturais. O Iphan tinha 30 dias para iniciar as obras.
“Em 2014, o Ministério Público entrou com uma ação civil pública pedindo para que fossem tomadas providências para o tratamento do complexo, sem indicar necessariamente se era elemento A ou B, se era teto ou azulejo. Essa ação prosperou judicialmente e, em 2022 houve tramitação e conclusão do processo. Quando assumimos passamos a desenvolver respostas e isso aconteceu com o procedimento de azulejo da obra - item importante porque isso também compromete a estrutura já que ele também é degradável -, também o tratamento do pináculo que era uma demanda que já estava caindo e corria o risco de cair em cima de uma pessoa e além disso, compromete a estrutura”, disse Leandro Grass.
“O Iphan não é dono da igreja, o Iphan ele orienta, ele acompanha. Tratando-se um bem público no caso hipossuficiente, ou seja, a ordem alega que não tem recursos, o Estado brasileiro ele pode investir, não significa necessariamente que ele vai investir, mas ele pode, assim como a gente atende terreiros aqui na Bahia, a gente atende outras igrejas Nós temos ações aqui em dezenas de bens tombados, agora com o novo PAC, muita coisa acontecendo”, continuou.
Ainda segundo o presidente, nenhuma das análises do forro por parte do Iphan apontou riscos iminentes de queda. Mas segundo o frade Pedro Júnior Freitas, o mesmo teto havia apresentado um problema nesta semana.
“Em relação ao forro específico, a gente tinha nosso movimento de danos, mas sem nada que pudesse apontar o que essa tragédia promoveu. A defesa civil também, pelas suas perícias, pelos seus dados, não sinalizou nada nem ao proprietário, nem ao próprio Iphan. A igreja estava aberta, estava sendo frequentada. Então, como eu disse, existe um proprietário, existem também outros órgãos que averiguam a segurança dos locais públicos, dos locais privados, estruturas e com eles também nós trabalhamos”, continuou ele.
MPBA emite nota de pesar por vítimas do acidente no Pelourinho
O Ministério Público da Bahia lamenta profundamente a tragédia ocorrida na tarde desta quarta-feira, dia 5, na Igreja de São Francisco de Assis, localizada no Pelourinho, em Salvador, que causou a morte de Giulia Panchoni Righetto e deixou cinco pessoas feridas. O MPBA se solidariza e expressa os mais sinceros sentimentos aos familiares e amigos das vítimas.