Algumas provocações e lambanças aconteceram no final da partida
ZedeJesusBarreto , Salvador |
23/03/2025 às 19:08
Bahia campeão 2025
Foto: REP
O Tricolor, depois dos 2 x 0 na Fonte Nova, arrancou um empate contra o rival Vitória, no Barradão ( 1 x 1), com gol de Kayky já nos acréscimos, e conquistou seu 51º titulo de Campeão Baiano, esse com um gostinho especial – mais um dentro da Toca do Leão e o primeiro titulo conquistado pelo treinador Rogério Ceni à frente do clube.
O jogo, que foi limpo, teve muita confusão nos minutos finais, com participação dos atletas dos bancos de reservas, de lado a lado, agressões, expulsões, muita lambança. Cabeça quente, inconformismo com o resultado, provocações ... Mas tivemos uma arbitragem segura, sem reparos, sem polêmicas.
A partida final, o jogo em si não foi grande coisa. O Rubro-negro o tempo todo em cima, buscando o gol, e o Bahia na moita, administrando o resultado, a tal vantagem dos 2 x 0 na Fonte, era importante não levar gols, bastava isso. O Vitória assediava mas não finalizava. Na metade do segundo tempo, o Rubro-negro já estava com cinco atacantes, com dois, três jogadores altos enfiados na área inimiga, a alçar bolas, no tudo ou nada. E chegou a fazer 1 x 0 numa dessas jogadas, incendiando o Barradão.
Daí, o final ficou dramático, com algumas confusões, muito bafafá. O árbitro deu 15 minutos de acréscimos e, já no finalzinho, num contragolpe isolado, Kayky empatou, num chute enviesado, o primeiro do Bahia na segunda etapa, contando com o desvio que tirou a chance de defesa de Lucas Arcanjo. Mais confusão na comemoração do gol, quase uma pancadaria generalizada, o árbitro apitou a final e ... Bahia Campeão, sem perder o jogo, a despeito de ter jogado muito mal, recuado, o jogo final.
Mas título é título, não se joga, se ganha – já diziam os antigos.
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No Barradão
- A tarde domingueira, outono ainda com cara de verão, quente, arquibancadas lotadas (todos os ingressos vendidos), torcida única, astral de decisão, puro incentivo. O Leão precisava reverter o placar da Fonte Nova, 0 x 2, ainda sonhando com o Bi, e o Bahia em busca de seu 51º título estadual. O treinador Ceni querendo seu primeiro título.
- Uma semana agitada, de muito tititi, provocações e pressão em cima da arbitragem, muitos querendo agitar, criando um clima de guerra... O Ba x Vi ou Vi x Ba prometia.
- Trajes. O Vitória com seu vermelho e preto tradicional – camisas listradas, calções pretos; o Bahia com seu uniforme de branco total, camisetas, calções e meiões.
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Com bola rolando ...
- Começo nervoso, a bola ardendo nos pés dos atletas, muitos chutões, a preocupação em não deixar o adversário jogar. O primeiro chute foi do Vitória, Janderson ariscou de longe, fraco, nas mãos de M Felipe. O Bahia logo respondeu, Ademir lançado em profundidade, Lucas Arcanjo saiu arrojado e evitou o gol. O Leão, mais apressado, tomando as iniciativas, o Bahia mais reativo.
- Aos 16min, o árbitro deu cartão amarelo pra Caio Alexandre, alegando retardamento de jogo, pressionado por Mateuzinho. O jogo, sob a complacência do árbitro, começa a ficar mais pegado, faltoso. Passou dos 30’ e nada de chances criadas. Aos 31’, depois de muita lambança da defesa tricolor, um arremate perigoso de W Rato, desviou na zaga e foi a escanteio; na melhor chegada do Vitória, até aí.
- Aos 43’, W Rato cobrou escanteio da direita e o pequeno Mateuzinho testou, antecipando-se à zaga, acertando o travessão, tirando casca, por cima. Um Leão bem mais vivo no final, ganhando as divididas, acelerando, chegando mais.
Um primeiro tempo morno, sem grandes emoções. O Vitória atuou mais no campo ofensivo, rondou mas pouco conseguiu penetrar, finalizar. Um jogo mais à feição do time da casa, com bolas esticadas, corpo-a-corpo, cruzamentos. O Bahia marcou, se defendeu, travou o ritmo, gastou tempo mas nada criou ofensivamente; não conseguiu impor seu estilo de troca de passes. Cinco cartões amarelos, três pra os rubro-negros: Mateuzinho e W. Rato por entradas violentas, Cáceres por pegada em Pulga e reclamação; do lado Tricolor, Gabriel Xavier por um carrinho em Janderson e Caio Alexandre por fazer cera. Apito seguro até então.
Segundo tempo – Substituições efetuadas dos dois lados: Ceni pôs Gilberto em campo, saiu Ademir. Carpini trocou, pôs Claudinho no lugar de Cáceres. O Leão voltou fustigando, linhas avançadas, precisava fazer gols. A torcida inflamando. Aos 7’, Carpini ousou ainda mais, tirou W Rato e lançou o velocista Fabri, que já entrou agitando a torcida. O Rubro-negro lançou-se todo à frente.
- Ao9s 11’, Mateuzinho achou Fabri infiltrado, ele girou e bateu seco, rasteiro, Marcos Felipe catou no chão. O Bahia sofrendo atrás, suportando apenas, sem achar um contragolpe, uma ação ofensiva. Aos 13’, bola alçada da esquerda, janderson testou forte, Marcos Felipe espalmou. Aos 15’, outra cabeçada, de Fabri, Marcos Felipe defendeu bem.
Ceni sentiu o drama, a pressão, e lançou Érick e Acevedo; saíram Éverton Ribeiro, que correu, brigou e nada criou, e Caio Alexandre já com cartão amarelo. Logo depois, lançou Cauly e tirou William José que pouco tocou na bola. Carpini, então, foi pro tudo ou nada, pôs mais um atacante, o veloz Mosquito e tirou um apoiador, Ryller.
Outro panorama, pois. O torcedor apreensivo e tome-lhe bola alta na área do Bahia.
- Aos 27’, Ceni lançou Kayky, pela direita, e tirou Pulga, que pouco jogou, muito marcado. O Tricolor gastava tempo, travando o ritmo, usando do antijogo. O leão cercava, assediava ... Aos 35’, Carpini lançou Hugo e Carlinhos, saíram Ronald e Jamerson. A intenção de mais jogadores altos na área do Bahia para aproveitar os cruzamentos, as bolas alçadas, o melhor do repertório rubro-negro. O Leão em cima, com quatro atacantes, o Bahia atrás, segurando a vantagem.
- Gol! 1 x 0 Vitória, a bola cruzada da direita, Carlinhos foi nela, desviou, Marcos Felipe aceitou. Aos 39’. O Vitória entrou na disputa do título, a torcida enlouqueceu. Virou um caldeirão. Pressão total.
Aos 47’, Cauly atingiu sem bola, com o braço, o zagueiro Neris, o VAR chamou, o árbitro conferiu e expulsou o meia do Bahia. Um atleta a menos no Bahia. Aos 49’, após escanteio da direita, Baralhas pegou a sobra e mandou bala, a bola passou perto, quase o empate. O árbitro deu 10 minutos de acréscimos. Aos 50’, muito empurra-empurra, agressões, os atletas reservas em campo, participando da confusão... Melou!
O goleiro Danilo Fernandes, Caio Alexandre e Ze Marcos do banco de reservas, também. Depois de ver o VAR, o árbitro cancelou o cartão vermelho que havia dado a Baralhas. Segue o jogo, retão final, mais acréscimos/ 5 min. Sufoco total, mas...
- Gol! 1 x 1 Bahia! Aos 54’, Kayky, em jogada individual, num contragolpe pela esquerda, recebeu de Juba chutou cruzado e a bola desviou na marcação, tirando a chance de defesa do goleiro. Era o gol do título.
Os jogadores do Vitória, do banco, perderam a cabeça, com a comemoração do goleiro Marcos Felipe. O gramado foi invadido, confusão total, no final, com atletas do banco e membros das comissões técnicas participando ou intervindo. O árbitro apitou o final, Bahia Campeão Baiano 2025.
Destaques
- Marcos Felipe fez boas defesas mas vacilou no gol, demorou de reagir, caiu atrasado. Mingo foi o melhor da zaga. Juba jogou muita bola. Jean Lucas, Acevedo entrou bem, Kayky fez o gol.
- No Vitória, a luta, a garra mais do que a técnica.
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Ficha técnica
- Vitória de Carpini: Lucas Arcanjo, Cáceres, Neris, Halter e Jamerson; Baralhas, Ryller, Ronald e Mateuzinho; Wellington Rato e Janderson.
- O Bahia de Rogério Ceni: Marcos Felipe, Gabriel Xavier, Kanu, Mingo; Caio Alexandre, Jean Lucas, Everton Ribeiro, Juba; Ademir, William José e Pulga.
- Arbitragem: Wilton Pereira Sampaio/GO, com VAR.
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Na sequência
- No meio da semana, quarta-feira à noite, 19h, o Bahia recebe o Ceará, na Fonte Nova. O Vovô Cearense acabou de se sagrar Bicampeão estadual, invicto; jogo (atrasado) valendo pela Copa do Nordeste. O Bahia lidera a chave, o Grupo B, com 10 pontos, mesmo com dois jogos a menos, a cumprir.
- No próximo domingo, também na Fonte Nova, o Tricolor estreia pelo Brasileirão/ Série A contra o Corínthians.
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- O Vitória, no meio da semana (quarta-feira, às 21h30), encara o Moto Clube (fora de casa, no Maranhão), pela Copa do Nordeste. O Leão lidera o Grupo A (14 pontos ganhos). No sábado, o Rubro-negro joga em Caxias do Sui/RS, contra o Juventude, estreando pelo Brasileiro/ Série A.
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Não tem refresco, calendário puxado. É preciso ter elenco gordo e qualificado, ou ...
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A Seleção
Na terça-feira, 25, tem Argentina x Brasil, no Monumental de Nuñez, em Buenos Aires, valendo pelas Eliminatórias/Classificatórias para a Copa do Mundo 2026, na América do Norte. A Argentina, atual Campeã do Mundo e das Américas, lidera a competição com folga, a despeito da ausência do ídolo Messi. Uma equipe respeitável.
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