NÃO CONSIGO ACREDITAR QUE MICHAEL JACKSON MORREU

Mhércio Monteiro
20/07/2009 às 11:47
Foto: AP
O eterno íodo do pop internacional, o mutante Michael Jackson

Não consigo acreditar que Michael Jackson morreu! A morte de um homem de 50 anos, pouco mais da metade da expectativa de vida do norte americano causa surpresa até pra estatística, quanto mais quando estamos tratando da morte do mais incrível artista vivo da humanidade.

Michael Jackson é tão genial para a música pop quanto Leonardo da Vinci foi para as artes e ciências, ou quanto Sigmund Freud foi para psicologia. A história registra que, a sua época, nenhum dos três foi unanimidade.


Da Vinci, além da freqüente acusação de ser homossexual (que no século XV era algo gravíssimo), foi denunciado como ladrão de cadáveres além das inúmeras invenções sem a menor valia. Já Freud, viu seu maior pupilo, Carl Gustav Jung ter razoável sucesso contraditando boa parte de suas teses.

Teve resultados desastrados ao estudar o efeito terapêutico da cocaína, levou um amigo a óbito por overdose. Nenhum deles perdeu o justo reconhecimento histórico de sua genialidade. O mesmo deve ocorrer com Michael.


Michael Jackson é um paradigma ao que se chama "mega-produção". Há dois momentos do show bussines: AM - antes de Michael e PM - pós Michael. Ele reinventou o vídeo-clipe, antes um emaranhado da mesma imagem sob ângulos diversos. Ele estilizou a dança de rua, incluiu passos novos além de desmarginalizá-la. Cantou incluindo como música o ar exalado do pulmão contido.
 
Foi absolutamente afinado desde a infância, auto-didata, arranjador, compositor. Enfim, Michel ampliou o nível de exigência aos artistas de sua época, a partir dele não bastava apenas cantar bem, devia-se dançar bem e interpretar bem. Michel era o mito, o objetivo de muitos, mas, insuperável.


Michael Jackson será falado e ouvido durante muitos e muitos anos, talvez pelo século inteiro. Será difícil conter a euforia dos que viram e ouviram Michael ao falar dele aos seus filhos, netos e bisnetos. Aliás, exatamente como nossos pais fizeram com Elvis e Beatles.

A diferença é que Michael é contemporâneo da Internet, do MP4, da TV a cabo, do ring tone do Telefone Celular, o que me sugere maior capacidade de fixação no imaginário popular.


Definitivamente, Michael Jackson foi o maior e mais completo artista de sua época podendo sim fazer parte do seleto grupo de pessoas escolhidas por Deus para estarem alguns degraus acima dos bons. Presto-lhe a homenagem de um fã que compreende que a genialidade não está necessariamente vinculada a perfeição ética ou moral (ainda que pessoalmente julgue não conclusiva todas as acusações que sofreu em vida). Sugiro que todos revisitem esse gênio da música, que como Da Vinci, Freud e tantos outros, devemos eterna reverência a suas obras. Obrigado e descanse em paz!