A MENDICÂNCIA JURÍDICA DO COOPERATIVISMO

Carlos Antonio de Freitas
22/10/2008 às 12:21
Com a desculpa de que estamos em época de eleições nosso povo se esconde sob o manto do  "deixa pra lá", "faz de conta que não é comigo"etc. e vai "empurrando os problemas com a barriga, como se eleição fosse coisa do outro mundo.


  Ora gente, como é que podemos acreditar em um País que, simplesmente para em feriados, dias santos, campeonato mundial de futebol, enquanto sua economia cresce míseros 2,3% ao ano?


  Como posso verter - sangue, suor e lágrimas - em prol do nacionalismo que toma conta dessa nação tupiniquim, em os senhores parlamentares deixam de votar tanta coisa importante em nome de uma desculpa já batida: "não posso deixar de visitar minhas bases!..."

  Ora, não só o povo que não tem qualquer tipo de subsídio sofre mas, aqueles que estão nadando com a política de juros altos também sofrem porque não estão podendo viajar como gostariam, ou melhor, não demonstram condições de, por força da manutenção de seus negócios, mesmo com um câmbio favorável às importações e altos cruzeiros em alto mar.


   Aí, muita gente vai falar: por que o cooperativismo é uma das correntes econômicas e sociais que mais sofrem ultimamente?

   E eu respondo: claro, toda a modificação e adaptação jurídica da legislação cooperativista está engavetada desde o advento da nova Constituição da República Federativa do Brasil em nome de um apoio "às bases".
 
  Que bases? Como nossa doutrina vive mendigando apoios mil e, sendo postergada a níveis secundários sendo levada a um estágio de "pré-miséria"  por aqueles que, vêem, principalmente, no ramo trabalho o grande causador do desemprego no Brasil, deixando os legisladores de olhar pelo lado real, ou seja, o lado do trabalho do ser humano que, nos dias de hoje não encontra emprego farto porque ele não existe, tendo em vista que a empregabilidade caiu a níveis sem precedentes, não só no Brasil como em todo o mundo.

  Com uma CLT (Consolidação das Leis do Trabalho) arcaica e ultrapassada, favorecendo apenas o Governo pela alta carga tributária que é cobrada, fazendo com que os Patrões não consigam sobreviver, para manter empregados "regularmente"  contratados e, nasce desse fato arremedos, tais como: Autônomos que na verdade não se caracterizam como tal: Empregados registrados por valores irreais em que, por mero acordo, muitos empregados deixam de ser registrados pelos valores normais, ocorrendo o que é chamado de "por fora" que vem facilitar o chamado: ilegal e famigerado Caixa Dois.


   Ora, o Cooperativismo, criado para que a igualdade dos princípios mínimos de decência e sobrevivência está aí para marcar sua presença destacada na ajuda aos brasileiros, dando àqueles que aderem a esse tipo de associativismo um lugar ao sol.

Esse mesmo cooperativismo que está sendo pisoteado, difamado, levado aos tribunais que, feliz ou infelizmente, tem levado aos familiares dos seus membros os gêneros de primeira necessidade de que dispõem para mitigar sua fome.


   E é esse mesmo cooperativismo que continuou trabalhando durante os períodos  pré e pós eleitorais para, principalmente no Setor de Transportes do Ramo Trabalho, propiciar à população condições para seu ir e vir diário a seus postos de trabalho, sejam eles empregados ou cooperados.


   Daí esse libelo de quem realmente ama esta País, exortando a todos que estejam engajados na cobrança (incentivada pela propaganda dos próprios Tribunais Eleitorais (estaduais e federais) de atitude dos senhores parlamentares ainda com mandatos, para voltar seus olhos e atividades para o cumprimento de seus deveres de legislador, dando uma resposta verdadeira àqueles que, nas Cooperativas, gostariam de exercer seu trabalho sem o terrorismo que atualmente se faz contra a Doutrina tão respeitada no mundo todo, a doutrina cooperativista.

  Lutemos contra essa paralisação olhando com respeito ao protesto do povo brasileiro que, em se utilizando da única arma de que dispunha, o voto, reduziu em 50% a quantidade daqueles que, a cada ano, se reelegiam, tentando, com esse procedimento, sinalizar aos Poderes Constituídos.


   Lutemos para que o cooperativismo brasileiro possa, tendo sua imagem maculada pelos detratores de plantão, encontrar seu horizonte azul e mostrar ao mundo cooperativista que o Brasil, embora parado, tem na trincheira de luta um povo que acredita na cooperação, na solidariedade e no amor ao que faz.