A ESPERANÇA DO BAHIA É ARTHUR

Nestor Mendes Jr
20/09/2008 às 10:19

Mais um tricolor nasceu neste mês de Setembro: Arthur, filho de meus amigos Nara e Wagner. Mais um, mais um Bahia, para manter a nossa história de raça e tradição. Por causa de Arthur, e de outros pequenos tricolores que nasceram nestes últimos tempos, ainda tenho fé que o nosso adorado clube tem salvação.


Arthur é a esperança, é o alento, é a alegria, em meio a tanta tristeza, decepção, humilhação, desengano, que nós, torcedores do Bahia, temos vivido nos últimos anos.


Nesse instante de pura felicidade, me custa falar da agonia do outrora menino, nascido em 1931, sob os cuidados de Teixeira Gomes, de Waldemar Costa, de Fernando Tude de Souza, embalado, acarinhado e protegido durante tantos anos por outros tantos braços fortes, por tantos corações abertos.


O meu guri, que nasceu para vencer naquele alvorecer de 1º de Janeiro, está sendo destruído, pouco a pouco, pelo câncer em forma de gente. Gente que destroça, gente maligna.


O que dizer desses recentes episódios, que mais ainda nos envergonham e nos revoltam? Como qualificar, senão de carcinoma, de cancro, os enfermos mentais que usurparam o destino do Esporte Clube Bahia?


A venda antecipada de ingressos para a reinauguração do Estádio Roberto Santos é reveladora do grau de irresponsabilidade, incompetência e falta de respeito que a atual diretoria do Bahia tem para com a sociedade baiana e, última instância, para com a sua imensa torcida.


As sete mortes da Fonte Nova não lhe pesam na consciência. Para garantir a divisão do butim, atropelam as normas elementares de segurança. Que se lixe a torcida, que não serve para entrar como sócia do clube, mas pode garantir o saldo bancário de uma escória que não tem espaço profissional em mais nenhum outro lugar da Bahia.


Aquilo que poderia ser uma grande festa, planejada com as ferramentas adequadas do marketing, pensada com ousadia, com arrojo, era uma operação desesperada para tapar o buraco do caixa e, ao mesmo tempo, acuar o governador Jaques Wagner para que entregasse a obra, já que se estabeleceria um fato consumado.


Felizmente, não deu certo. De forma correta, o Governo do Estado percebeu a manobra e restabeleceu a ordem das coisas.


Quando você pensa que a quimioterapia dará resultado, vem o site oficial do clube revelar uma recidiva do tumor maligno. Dois asquerosos cancros, em São Paulo, se gabando que tomaram dinheiro emprestado (a juros módicos?) em instituição financeira (no Opportunity?) para saldar, em Setembro, a folha de pagamento de Julho. Quanta infâmia, quanto desrespeito, quanta humilhação!


Mas não vou nem quero gastar nesta crônica mais verbo para falar deste mal que está levando o Esquadrão de Aço quase à morte. 


Proponho, nesta minha homenagem ao nascimento do tricolor Arthur, uma exaltação à esperança, à vida. Vamos trabalhar, todos os torcedores, para que ele desperte para o futebol com o nosso Bahia já renascido.


Com a graça de Deus e de Oxalá, tenho a certeza de que vou estar com ele - e com um monte de novos guris - lá pelo ano 2018, na arquibancada, gritando: "Arthur, campeão! Nosso Baheêea é campeão, minha porra!".