Creio que não há necessidade de dizer que Paris é a capital mundial dos bistrôs - cafés restaurantes pequenos quase sempre com o chef proprietário presente no balcão e/ou na cozinha - e que são uma marca registrada da cidade, com modelos espalhados pelo mundo. Salvador já teve dois famosos na Barra, mas, ambos fecharam. E o Berro D'água recentemente reabriu e também fechou.
A história conta que, com o fim do absolutismo e a guilhotinada em 1792 extinguindo a monarquia na França surgiram os restaurantes populares em Paris. Muito dos chefes e cozinheiros que trabalhavam na cozinha do rei Luis XVI e nos principados do interior ficaram desempregados. A solução encontrada foi abrir novos restaurantes, sobretudo em Paris, onde já existiam alguns deles voltados para trabalhadores portuários, profissionais liberais e outros.
Sem empregos e sem recursos mais substanciais com as economias que tinham criaram pequenos restaurantes nos bairros com poucas mesas e serviços orientados diretamente pelo chef da cousine - o dono - e familiares. Conta-se que, o nome, em sí, advém do inicio do século XIX na ocupação russa pós Napoleão Bonaparte, a partir de 1812, quando oficiais russos vinham tomar um 'drink' na casa da “La Mère Catherine” e gritavam «Rapido!», «rapido!» (Bistro em russo). Surge, então, o nome «Bistrot». Hoje, popularizado para bistrô.
Os parisienses passaram a ter o hábito de tomar café, almoçar e jantar nos bistrôs e com o surgimento de uma classe média industrial, do crescimento da cidade, do turismo a partir da Torre Eiffel foram surgindo restaurantes maiores e mais chiques para atender uma clientela mais exigente. Hoje, Paris tem milhares de restaurantes - ultimamente muitos asiáticos e italianos ocuparam espaços - mas, os bistrôs seguem como os mais queridos e disputados.
Esses pequenos restaurantes têm comidas deliciosas, são lugares agradáveis e permitem um papo intimista. E, não cobraram caro.
Perto de minha casa - yo que estou em temporada parisiense por 90 dias - tem vários deles. Um dos quais, o Covention - com mesmo nome da rua e da estação do metrô linha verde - passo todos os dias por ele, quando saio da mason, e tive o prazer de desfrutar de sua comida deliciosa, do seu ambiente aconchegante sentando num cantinho decorado com prateleira contendo livros antigos bem próxima a poltrona de canto, que muito aprecio.
Uma área que parece privé onde sentamos yo, la madame Bião e Jesus el Dios del Amor, Dr Moncada.
O gajo, que não nega sua raiz baiana solicitou uma caipirinha dizendo estar com saudade da terrinha; yo em homenagem a minha neta Luna pedi um Jack Daniel's para beber a moda Macallan - pequenos goles sem ice - e la madame um Chardonnay blanc.
O que se faz num bistrô?
Conversar baixinho, degustar as bebidas com vagar, observar as pessoas, a decoração, o clima da casa, ouvir a música e saborear uma boa comida.
Yo decidi experimentar o Poke Ball Hawai, um dos principais pratos da cozinha havaiana - peixe cru cortado em cubos, arroz, abacate, molho de soja, óleo de gergelim, alga e pimenta. La madame, sempre elegante, ofereceu-se a um linguine jour com manjericão e o doutor Moncada pediu um risotto coquilletes uma vez que morando em Milano se acostumou aos italianos por sabor e fartura.
Foi um tarde longa, de muita conversa, lembranças e do apreciar a boa mesa. Voltarei ao Convention para um café.
--------------------------------------------------------
Café Bistrô Convention
Rue de La Convention, 200
Paris 75015
Fone 73 75 04 94
Caipirinha 9 euros
Jack Daniells 9 euros
Chardonay taça 5,20 euros
Linguine 17 euros
Poke Ball 15,50 euros
Risoto 16 euros
Visa internacional cartão
IVA 20%
Classificação 3 DONS
echo getBaseUrl() . fullLink('/' . string2Url(getNomeColunistaSessaoByColuna($idColuna)) . '/' . string2Url(getNomeColunaSessao($idColuna)), $idMateria, $objColunaMateria->arrMateriaColuna['dia'], $objColunaMateria->arrMateriaColuna['mes'], $objColunaMateria->arrMateriaColuna['ano'], stripslashes($objColunaMateria->arrMateriaColuna['titulo'])); ?>